Não é – ou, pelo menos, não deveria ser – novidade para ninguém que os novos movimentos sociais, conhecidos por sua aparente luta por "tolerância", "diversidade" e "respeito à diferença", surgiram na linha de uma tradição de pensamento marxista, que substituiu, nas últimas décadas, a guerrilha armada pela guerra de ideias. Uma ótima introdução ao assunto é o curso "Revolução e Marxismo Cultural". Em suma, as categorias concebidas por Marx para o campo econômico foram transferidas para o terreno cultural: a "luta de classes", que se limitava a um choque entre a burguesia e o proletariado, hoje, arma todas as pessoas contra as outras – mulheres contra homens, negros contra brancos, filhos contra pais etc. Nunca o conselho do líder socialista Vladimir Lênin foi seguido tão à risca: "Precisamos odiar. O ódio é a base do comunismo. As crianças devem ser ensinadas a odiar seus pais se eles não são comunistas".

No entanto, para conquistar seus intentos, as mentes destes movimentos precisam contar com uma grande massa de pessoas que, no fundo, não conhece nem a origem nem o objetivo real da causa pela qual tão cegamente milita. É um grupo apelidado gentilmente de "idiotas úteis". Incapaz de ter um pensamento próprio ou de opor resistência à ideologia reinante, filia-se a uma associação de inspiração política ou social pelo simples sentimento de pertencer a um grupo, independentemente da veracidade das ideias que este adota.

É difícil saber se Inna Schevchenko – a ativista do Femen que protestou, nua, na praça de São Pedro, dizendo que o "o Natal foi cancelado" – é ou não uma dessas "idiotas úteis". Também não é possível dizer que a jovem Josephine Witt – também ativista do Femen, que invadiu a Catedral de Colônia durante a Missa matutina de Natal e subiu nua ao altar, com a inscrição "eu sou deus"[1] – não sabia o que estava fazendo.

A lógica por trás destes protestos criminosos, no entanto, revela não só a face demoníaca dos "novos revolucionários", como o profundo desconhecimento do verdadeiro rosto da Igreja. Muitas mulheres entram no movimento feminista convencidas com o discurso mentiroso de que o Cristianismo ou não lhes deu suficiente espaço na sociedade ou sempre as oprimiu, impiedosamente.

Nada é mais falso. Com o florescimento da religião cristã, a mulher passou a ser tratada com decoro e dignidade – o extremo oposto do lugar a que a Antiguidade a tinha relegado[2]. A figura feminina do Império Romano outra posição não tinha conhecido senão a de subjugo e humilhação, vítima que era da poligamia, do divórcio fácil e do próprio infanticídio.

De fato, em qual ambiente da Grécia ou da Roma Antiga poder-se-ia imaginar uma mulher regendo um império, como aconteceu na Idade Média, com não poucas delas chegando inclusive à honra dos altares? Em qual sociedade antiga uma mulher se entregou à vida intelectual a ponto de imitar a magnitude de uma Hildegarda de Bingen ou de uma Teresa de Ávila?

Por essas e outras, é preciso concordar com Dom Aquino Corrêa que:

"A mulher em si mesma (...) nunca foi tão exaltada como no cristianismo. Dir-se-ia até que o foi mais do que o homem, não só porque Jesus a encontrara mais aviltada, e a tomou de mais baixo, como também porque, pela apoteose incomparável de Maria Santíssima, colocou uma simples mulher em culminâncias inatingíveis a nenhuma outra criatura humana."[3]

A invasão de templos e a profanação de cultos religiosos por ativistas ilustram até onde pode chegar o homem quando se afasta de Deus. E como é forte a ignorância de quem, para defender a "liberdade", ataca a instituição e o patrimônio que forjaram a civilização ocidental. Como dizia o venerável arcebispo Fulton Sheen, "não existem cem pessoas que odeiam a Igreja Católica, mas existem milhões que odeiam aquilo que pensam ser a Igreja Católica".

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