Gangues rivais se enfrentam nas ruas e lançam fogo em automóveis. Mulheres descobertas, sejam quais forem, são covardemente atacadas. Coquetéis molotov são atirados em postos policiais.

Síria? Não, Suécia. Já faz um bom tempo que o país nórdico vem importando imigrantes do Médio Oriente para o seu território e, agora, como consequência, os suecos estão experimentando muitos dos problemas do Oriente Médio. A mesma coisa está acontecendo na França, na Alemanha, na Bélgica, na Holanda, na Áustria e na Inglaterra.

Normalmente se diz que só precisamos olhar a história para antever o destino que nos aguarda. Hoje, porém, não é mais necessário consultar livros de história. Tudo o que você precisa fazer é olhar para o que está acontecendo, neste exato momento, do outro lado do Atlântico.

Na Alemanha, durante os seis primeiros meses de 2016, imigrantes cometeram 142 mil crimes. Mas, como os dados só incluem delitos que foram solucionados, o número real de crimes cometidos por imigrantes é muito maior do que esse. Mais de 20 mil bolsas são apanhadas todos os anos em Hamburgo e gangues de jovens imigrantes já controlam partes da Jungfernsteig, uma avenida de prestígio da cidade. A situação é a mesma em Bremen, Berlim, Duisburgo, Dusseldorf e Stuttgart. Em toda a Alemanha, gangues de imigrantes e grupos itinerantes de jovens estrangeiros agem praticamente na impunidade.

No mesmo período, a França passou por uma série de massacres: primeiro, no escritório de Charle Hebdo e no supermercado Hyper Cacher, depois no teatro Bataclan, e mais recentemente ao longo da Promenade des Anglais, em Nice. Uma entrevista recente conduzida pela Cruz Vermelha revela que mais de 50% dos cidadãos franceses vivem permanentemente com medo de um outro ataque jihadista.

Se não resistirem logo, franceses, alemães e suecos correm o risco de ver suas nações, assim como outras da Europa, transformadas em Estados islâmicos. O continente europeu está no meio de uma mudança histórica massiva, cuja significância rivaliza com a queda do Império Romano. O que estamos testemunhando é a gradual e inexorável substituição de uma civilização por outra.

Nós somos, no entanto, observadores desatentos. Olhamos, mas não vemos. A América tem a oportunidade de prever o que pode acontecer aqui, mas muitos parecem incapazes de compreender a lição. Assim como na Europa, nós sofremos de um problema sério de negação.

De todos os fatores que contribuem para o hostil domínio do Islã sobre a Europa, talvez o mais importante seja a negação. Afinal, não é possível opor resistência a algo cuja realidade você nega. O fato é que a Europa está numa batalha de vida e de morte, mas os negacionistas insistem em que não é nada de mais. Eles nos asseguram que o terrorismo não tem nada a ver com o Islã (e, portanto, não devemos nos preocupar), que a imigração é apenas um intercâmbio cultural (e, por isso, trata-se de algo bom), e que não existem "zonas proibidas" (mas que, ainda assim, o melhor a fazer é evitá-las).

Não são apenas os líderes europeus que estão em atitude de negação. Espera-se que o cidadão médio siga a mesma ilusão. Caso contrário, ele pode ser detido, perseguido, multado e até mesmo posto em detenção. Na Holanda, quem publicar no Facebook comentários críticos ao Islã ou à imigração já pode esperar em sua casa uma visita policial. Na Alemanha, cidadãos que expressam opiniões "xenofóbicas" nas mídias sociais correm o risco de perder a guarda dos próprios filhos. Ao mesmo tempo, a Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (sim, isso existe) ordenou à imprensa britânica que não informasse, em suas notícias, quando os terroristas fossem muçulmanos.

Em um passado não muito distante, o Ocidente homenageava os seus "alarmistas". O industrialista Paul Revere se tornou um herói nos Estados Unidos por soar o alarme contra o avanço britânico, durante a Independência Americana, no século XVIII. Do mesmo modo, Winston Churchill foi celebrado por alertar contra o furacão nazista que se formava. Ao contrário, os Paul Revere contemporâneos correm o risco de ser presos — e não por sentinelas inimigas, mas pelos representantes do próprio povo que eles tentam informar. Os governos ocidentais querem que os seus cidadãos estejam não em alerta, mas em sono profundo.

Essa negação transformada em política oficial do Estado explica por que muitos europeus, se não quase todos, foram pegos de surpresa pela invasão de refugiados em 2015 e 2016. Ainda que ela fosse inteiramente previsível, poucos a viram chegando. Isso porque ninguém estava autorizado a falar da imigração muçulmana senão em termos positivos. O assunto estava proibido. Todos sabiam que opor-se à imigração significaria trazer sobre si acusações de racismo e xenofobia. Nunca aconteceu, em suma, um debate ou uma discussão pública sobre as desvantagens da imigração.

Nós, na América, somos afortunados em ter a experiência europeia com o Islã bem diante dos nossos olhos. Infelizmente parece, no entanto, que não estamos prestando a devida atenção ao assunto, já que estamos a cometer os mesmos erros que levaram a Europa à sua crise presente. Ao invés de traçar nosso próprio caminho, estamos trilhando os mesmos passos da Europa. E poucos parecem perceber que esses passos estão nos levando à beira do abismo.

Mais uma vez, o problema principal é a negação. O motivo que faz os negacionistas se aferrarem à sua ilusão é que eles vivem no passado. Os negacionistas europeus vivem mentalmente nos anos do pós-guerra. Eles precisam provar a si mesmos que a Europa abandonou o antissemitismo e, por alguma razão insana, eles decidiram que o caminho para a Europa refazer-se de seus pecados passados é acolher os "novos judeus" (muçulmanos) em seu meio. Eles cometeram, evidentemente, um erro colossal. Mas, como não é fácil admitir que você tomou uma das decisões mais estúpidas da história, eles continuarão sustentando que o desastre que se desvela diante deles nada mais é que um tortuoso caminho rumo à "Terra Prometida" do multiculturalismo.

Os negacionistas do lado de cá vivem mentalmente na década de 1970 — a era da sensibilidade. Eles ainda acham que a tolerância, a diversidade e a sensibilidade ao "outro" são os mais altos valores humanos; e acreditam que você mostra sua sensibilidade cedendo às demandas de qualquer minoria racial, étnica, religiosa ou sexual que estejam sendo favorecidas pelas elites sociais e midiáticas. E o que poderia ser mais "sensível" que abrir as próprias fronteiras a todas e quaisquer pessoas que vierem, sem nada questionar?

Mas, como nos lembra nosso poeta recentemente laureado com o prêmio Nobel, the times are always changing: "os tempos estão sempre mudando". Para lidar com os tempos que mudam, às vezes é necessário mudar também de mentalidade. Quando as mudanças são revolucionárias em sua natureza, talvez seja a hora de descartar as confortantes narrativas da juventude. Nos primeiros anos da Guerra de Secessão, Abraham Lincoln disse as seguintes palavras: "Os dogmas do passado tranquilo são inadequados para o tempestuoso tempo presente… Assim como é outra a nossa situação, devemos também pensar e agir de uma nova maneira".

Ao enfrentar o desafio do globalismo islâmico, não podemos nos dar ao luxo de ficar nos "dogmas do passado tranquilo", especialmente quando muitos dos dogmas desenvolvidos nos anos 60 e 70 não nos serviram nem mesmo para aquela ocasião.

Como diz Lincoln, nós precisamos "pensar e agir de uma nova maneira". Mas não há nenhum indício de que nossos líderes atuais, imobilizados como estão por suas narrativas ultrapassadas, sejam capazes de fazer isso. Isso não significa dizer que não haja nada a aprendermos da história. É justamente por termos nos desligado da história que não somos capazes de identificar na presente agressividade do Islã a repetição de um padrão antigo.

Nossos "dogmas do passado tranquilo" são realmente dogmas do passado recente. A memória cultural de nossa época só se estende a algumas décadas atrás. Se tivéssemos uma melhor consciência de nosso passado distante, nós enfrentaríamos com muito mais prontidão as mudanças que estão a acontecer hoje, bem diante dos nossos olhos, na Europa.

Aqui está uma outra manchete alarmante, vinda do outro lado do oceano: "Patrulha da xariá ataca garota por não usar o véu islâmico". Suécia? Não, Áustria. Mas poderia ser a Suécia, ou a Alemanha, ou a França e, se continuarmos aferrados aos nossos ingênuos dogmas, pode ser que aconteça também aqui — mais rápido do que podemos imaginar.

"Os tempos, eles estão sempre mudando."

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