Reverendíssimo Padre Paulo Ricardo,

O grande Pontífice São Pio X escreveu, certa vez, que, "para fazer reinar Jesus Cristo no mundo, nada é mais necessário do que um clero santo, que seja, com o exemplo, com a palavra e com a ciência, guia dos fiéis"[1].

Fazer Jesus Cristo reinar no mundo – eis a missão da Igreja. De fato, pela própria natureza das coisas, nosso Senhor é Rei dos céus e da terra. "Enquanto Verbo de Deus, consubstancial ao Pai, não pode ter menos comum com Ele o que é próprio da divindade e, portanto, possuir, como Ele, a suprema e absoluta soberania e domínio sobre todas as criaturas"[2], ensina Pio XI. No entanto, até que o Pai ponha os inimigos de Cristo "como escabelo por debaixo de seus pés" (Sl 109, 1), enquanto o pecado e a morte não forem vencidos, o homem vê-se diante de um combate terrível, eminentemente espiritual, do qual pouquíssimos saem vitoriosos, encaminhados a entrar pela "porta estreita" (cf. Mt 7, 13). Desta realidade dramática, o homem sai ou mártir ou idólatra. Ou reconhece o reinado de Cristo ou, como dizia o Papa Francisco, "confessa a mundanidade do diabo"[3].

Fazer Jesus Cristo reinar no mundo - eis o ofício dos sacerdotes. Eis a chave para compreender tantas horas gastas no confessionário, na celebração do Santo Sacrifício e, last, but not least, em adoração, diante do Santíssimo Sacramento.

Consola o coração dos fiéis cristãos o apostolado de um sacerdote verdadeiramente configurado a nosso Senhor. A consciência de que " sacerdos alter Christus – o padre é um outro Cristo" está viva na fé das pessoas mais simples. No entanto, esta verdade não só tem sofrido ataques virulentos nos últimos tempos, como corre sempre o risco de ser obscurecida, seja quando o padre deixa de viver a sua vocação, seja quando os leigos descuidados cessam de rezar por seus pastores.

Para fazer reinar Jesus, "nada é mais necessário do que um clero santo". É assim porque o rebanho imita seu pastor. Se o pastor caminha mal, todo o aprisco vai mal. Se o pastor vai bem, tudo tende a se ajustar. Como não pensar, padre, em todos os esforços e sacrifícios empreendidos pelo senhor para formar um "clero santo", que fosse, "com o exemplo, com a palavra e com a ciência, guia dos fiéis"? Como não recordar com gratidão o grande bem que tem feito a inúmeros padres e seminaristas a simples repetição das palavras da Igreja, o modesto anúncio da "resposta católica"? Como não regozijar ao ver as pessoas de fé mais humilde redescobrindo a nobreza de pertencer a "uma raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa, um povo adquirido para Deus" (1 Pd 2, 9) – à Igreja, Corpo Místico de Cristo?

Padre, como temos aprendido com o senhor nos últimos anos! "Com o exemplo, com a palavra e com a ciência", o Espírito Santo, através do senhor, não só tem reconduzido à fé católica inúmeras pessoas já há muito afastadas, mas também aquelas multidões das quais nosso Senhor se compadeceu por serem "como ovelhas sem pastor" (Mt 9, 36). Lançando o olhar à sua vida e ao seu sacerdócio, enxergamos não um homem, mas o sacrifício de um homem; não o Padre Paulo Ricardo, mas o próprio Cristo.

Neste dia em que o senhor celebra o seu natalício, queremos agradecer a Deus pelo dom da sua vida, por sua doação integral a Jesus e à Igreja, pelo "sim" que o senhor responde cotidianamente ao Magistério e à Tradição, e que torna possível o "sim" de tantos outros fiéis católicos no Brasil e em vários lugares do mundo.

Conte sempre com as nossas orações, padre. Elas são a expressão mais pura do amor a Deus e à Igreja que tantos de nós aprendemos com o seu testemunho de fé.

Em nome de todos os seus alunos e filhos espirituais, novamente, obrigado!

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