Ao contemplarmos por alguns segundos o sorriso desta religiosa e a paz em que adormeceu antes de partir ao Céu, é inevitável que venham à nossa mente questões como o sentido da nossa existência, o destino de nossos entes queridos ou, enfim, a nossa própria morte. Quantas pessoas que têm aparentemente tudo nesta vida não dariam de bom grado o que possuem, só para morrerem em paz como morreu esta carmelita descalça!

No fundo, a coisa mais importante para todos nós é morrer bem. Por isso, um bom cardeal da Igreja, São Roberto Belarmino, escreveu uma obra dedicada justamente a ensinar "a arte de morrer bem" (De arte bene moriendi). Trata-se do último momento desta vida terrena, instante do qual pende toda a eternidade.

Oxalá a foto desta carmelita, que circulou nas redes sociais e nos informativos católicos, levasse aos corações dos homens aquela mensagem que Santo Agostinho escreveu há tanto tempo em suas Confissões: "Fecisti nos ad Te, Domine, et inquietum est cor nostrum donec requiescat in Te — Fizeste-nos para Ti, Senhor, e inquieto está o nosso coração enquanto não repousar em Ti".

Sim, o sorriso de satisfação da irmã Cecília Maria tem um segredo: seu nome é Deus. Diante de sua agonia final, vivida com fé e confiança inabaláveis, só nos resta repetir com o Autor Sagrado: "Beati mortui qui in Domino moriuntur — Bem-aventurados os que morrem no Senhor" (Ap 14, 13).


A irmã Cecília Maria partiu para a Casa do Pai depois de uma difícil luta contra o câncer. Milhares compartilharam nas redes sociais as imagens de sua agonia, período durante o qual nunca perdeu a paz nem a alegria.

Ela graduou-se em enfermagem e aos 26 anos de idade fez seus primeiros votos como carmelita descalça. Fez sua profissão perpétua em 2003. Há seis meses, foi diagnosticada com câncer de língua e a doença fez metástase pulmonar. Morreu na última quarta-feira, 22, durante a madrugada. Tinha 43 anos.

Vivia no Monastério de Santa Teresa e São José, em Santa Fé, Argentina. Dedicava-se à oração e à vida contemplativa, tocava violino e era conhecida por sua doçura e permanente sorriso.

Nas últimas semanas, sua doença se agravou e ela foi hospitalizada. No seu leito, não deixou de rezar e oferecer seus sofrimentos na certeza de que seu encontro com Deus estava próximo.

Em um pedaço de papel escreveu seu último desejo: "Estava pensando como queria que fosse meu funeral. Primeiro, com um momento forte de oração e, depois, uma grande festa para todos. Não se esqueçam de rezar e também de celebrar!".

Seu testemunho e as fotos de seus últimos dias falam por si mesmos e centenas de pessoas compartilharam nas redes sociais como a agonia da irmã Cecília está tocando os corações.

Assim anunciaram sua morte as carmelitas descalças, em sua página do Facebook:

"Jesus! Apenas duas linhas para avisar que nossa queridíssima irmãzinha dormiu brandamente no Senhor, depois de uma doença tão dolorosa levada sempre com alegria e entrega a seu Divino Esposo. Manifestamos todo nosso carinho agradecido pelo apoio e pela oração durante todo este tempo tão doloroso, mas ao mesmo tempo tão maravilhoso. Acreditamos que foi diretamente ao Céu, mas mesmo assim rogamos que não deixem de encomendá-la em suas orações, que ela os recompensará do Céu. Um abraço grande de suas irmãs de Santa Fé".

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