Os pais do bebê britânico Charlie Gard vão discutir com o Great Ormond Street Hospital como e quando as máquinas que mantêm a criança viva serão desligadas. Nesta segunda-feira (24), o casal Chris Gard e Connie Yates retiraram seu apelo às autoridades judiciais britânicas para que o bebê fosse mantido vivo com a ajuda de aparelhos e para que sua transferência aos EUA — onde ele seria submetido a um tratamento experimental — fosse autorizada.

O bebê sofre de miopatia mitocondrial, uma síndrome genética raríssima e incurável que provoca a perda da força muscular e danos cerebrais. Há poucas perspectivas de tratamento para a enfermidade. Falando na Suprema Corte, o advogado da família, Grant Armstrong, afirmou que os exames mostram que o dano sofrido pela criança é irreversível. "Para Charlie, é muito tarde, o tempo acabou. Ele sofreu danos musculares irreversíveis, e o tratamento não pode mais ser bem-sucedido."

" Charlie esperou pacientemente pelo tratamento. Por causa do atraso, essa janela de oportunidade foi perdida", criticou. A mãe do bebê disse que ele poderia ter tido uma vida normal, caso o tratamento tivesse sido autorizado antes. "Nós decidimos deixá-lo ir. Ele tinha uma chance real de melhorar. Agora, nós nunca saberemos o que aconteceria se ele fosse tratado", disse Connie Yates na saída do julgamento.


Entenda o caso do bebê Charlie Gard à luz da moral católica, assistindo à aula do Padre Paulo Ricardo sobre o assunto.


O julgamento desta segunda reuniu manifestantes em Londres, com balões e cartazes de apoio à família de Charlie.

O caso de Charlie atraiu atenção internacional depois que a Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH) apoiou a decisão de instâncias inferiores no Reino Unido e determinou que os aparelhos que mantêm Charlie vivo deveriam ser desligados, mesmo contra a vontade de seus pais.

O Papa Francisco fez apelos sobre o caso, e o presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a afirmar que os EUA ficariam felizes em ajudar Charlie e sua família. Na semana passada, um comitê do Congresso americano chegou a aprovar uma emenda para conceder o status de residente permanente para a criança e sua família, para que ela pudesse receber o tratamento no país.

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