CNP
Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
Todos os direitos reservados a padrepauloricardo.org®
Próxima A imitação das virtudes de MariaConsagração Total a Nossa Senhora
Cancelar
Texto da aula
Aulas do curso
Texto da aula
Consagração Total a Nossa Senhora

Qual a finalidade da devoção à Virgem Maria?

Jesus Cristo é o fim último de toda verdadeira devoção à Virgem Santíssima.

E não poderia ser diferente. Sendo Deus o alfa e o ômega, o princípio e o fim de todas as coisas, a honra que prestamos a Maria não deve ter outro propósito que recair em seu Filho, de que somos membros gerados e alimentados, na ordem da graça, pelo mesmo seio que o amamentou e amou com o mais maternal dos amores.

21

O culto à Virgem Santíssima, que vimos analisando nos últimos encontros, é regido por dois princípios teológicos fundamentais que precisamos agora explicar. Trata-se, como ficará claro ao longo das próximas aulas, das duas colunas mestras que sustentam toda genuína devoção. O primeiro deles é o princípio dito cristocêntrico; é Jesus Cristo, noutras palavras, o fim último da verdadeira devoção mariana. O segundo, cuja explicação detalhada deixaremos para mais tarde, diz respeito à veneração e imitação das virtudes de nossa Mãe Santíssima.

Ouçamos o que São Luís Maria nos diz a propósito do primeiro princípio:

Jesus Cristo, nosso Salvador, verdadeiro e verdadeiro homem, deve ser o fim último de todas as nossas devoções; de outro modo, elas serão falsas e enganosas. Jesus Cristo é o alfa e ômega, o princípio e o fim de todas as coisas [1].

Nosso Senhor, portanto, é o eixo fundamental e a razão última da devoção à Virgem Maria, de sorte que não nos aproximamos da Mãe senão com a intenção de, conduzidos por suas mãos maternas, nos aproximarmos do Filho. Queremos amar mais a Cristo, sentido e finalidade de nossa existência, e por isso recorremos a Maria; tributamos a ela honra e carinho, porque temos certeza de que todos os obséquios que lhe são prestados não têm “outro fim que honrar mais perfeitamente a Jesus Cristo”, e de que só vamos a ela “como ao caminho para atingir o termo, que é Jesus Cristo” [2].

Maria é o meio que o Senhor pôs à nossa disposição para que, com rapidez e facilidade, com mais suavidade e alegria, percorramos o caminho da santidade e cheguemos às pressas, por assim dizer, à plena configuração com ele, do qual somos membros. Maria é a via, aberta aos fiéis pelo livre desígnio de Deus, que não quis vir ao mundo a não ser por intermédio desta Virgem puríssima. Ora, se Deus quis servir-se dela e associá-la tão intimamente à obra da Encarnação e Redenção, seria temerário, e até mesmo insensato de nossa parte, presumir que não temos necessidade dos meios de que o próprio Cristo, se assim se pode dizer, quis necessitar.

É por esse motivo que os teólogos dizem que a devoção a Maria é necessária para salvar-se, não por uma necessidade chamada absoluta, à qual não existe nenhuma exceção (tal é, por exemplo, a necessidade da graça), mas por uma necessidade hipotética, que depende de alguma condição — neste caso, a livre disposição de Deus de não começar e acabar suas obras senão por meio de Maria. Ela, com efeito, foi escolhida desde toda a eternidade para ser o ventre puríssimo em que seria gerado o Homem-Deus e preparada, com uma plenitude de graças e dons, para dar à luz no Calvário, em meios a  lágrimas corredentoras, a outros tantos filhos na ordem da graça, membros da Cabeça daquela Igreja de que ela é Mãe e protótipo.

Por ser “imutável em sua conduta e em seus sentimentos”, é de crer que Deus, tendo dito a todos nós na pessoa de São João, de forma eficaz e constitutiva: “Eis aí a tua mãe” (Jo 19, 26), não mudará seu pensamento e desejará sempre que seja Maria, Mãe espiritual dos que crêem, quem gere os membros que faltam ao Corpo de Cristo.

Referências

  1. São Luís M.ª G. de Montfort, Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. 39.ª ed., Petrópolis: Vozes, 2009, pp. 62-63, n. 61.
  2. Id., p. 99, n. 94.
  3. Cf. Id., p. 25, n. 95; pp. 42-43, nn. 39. V. também A. Royo Marín, La Virgen María. Madrid: BAC, 1968, p. 384, n. 361.
Material para Download
Aulas do curso

O que achou desse conteúdo?

2
1
Mais recentes
Mais antigos
Texto da aula
Material para download
Comentários dos alunos