Uma câmera escondida flagrou uma líder nacional da organização Planned Parenthood – a maior rede de clínicas de aborto dos Estados Unidos – admitindo o procedimento ilegal de aborto "por nascimento parcial", realizado com a finalidade de vender órgãos e tecidos de fetos abortados.

Deborah Nucatola é diretora sênior de serviços médicos da Planned Parenthood desde fevereiro de 2009. Por seu cargo na empresa, ela acompanha práticas de todas as filiais da organização em todo o mundo. Trabalhando há mais de uma década nesse negócio, Nucatola também realiza abortos de até 24 semanas em Los Angeles.

No vídeo, ela se encontra com investigadores, disfarçados de compradores de uma companhia de biologia humana, em 25 de julho de 2014.

Enquanto casualmente degusta um vinho e come uma salada, Dra. Nucatola revela cobrar de 30 a 100 dólares por espécime e diz que a principal demanda são os fígados das crianças – ainda que "muitas pessoas queiram corações intactos ultimamente" e ela tenha recebido pedidos por pulmões e "membros inferiores".

Ela conta que tem "uma reunião no começo do dia" para determinar quais as partes do corpo humano requeridas pelos consumidores e de quais bebês de pacientes daquele dia eles poderão colher o que precisam. Então, os médicos da Planned Parenthood adaptam o procedimento de aborto, a fim de assegurar que aqueles órgãos específicos não sejam destruídos. "Por essa razão, maior parte dos provedores fará isso sob guia de um ultrassom, para saber onde eles estão colocando o fórceps", ela diz.

Nucatola também afirma que, enquanto os aborteiros estão desmembrando a criança, eles decidem: "Eu não vou destruir essa parte. Vou basicamente quebrar embaixo, em cima e ver se consigo pegar tudo intacto."

A fim de conseguir órgãos intactos, ela chegou a descrever como ela mesma e outros realizam a prática ilegal do aborto "por nascimento parcial".

"Algumas pessoas – ela diz, tomando outra taça de vinho – tentarão mudar a imagem na tela, para que não seja vertex [a cabeça primeiro]. Então, se você faz isso começando pela imagem de trás, que é, geralmente, a última etapa, você pode fazer sair um intacto calvarium [a cabeça] no final."

Em 2003, o presidente George W. Bush assinou uma lei – chamada de Partial-Birth Abortion Ban Act – tornando crime federal o aborto "por nascimento parcial".

Mas – revela Nucatola aos investigadores –, sempre há um jeito de burlar a lei. "A proibição do aborto parcial é uma lei e leis podem ser interpretadas. Então, se eu digo que no primeiro dia não tenho a intenção de fazer isso, o que acontece no fim não importa."

Ela admite que os aborteiros da Planned Parenthood tomam bastante cuidado para não aparecer lucrando com a venda de partes de fetos abortados. "Eles querem fazer isso de um modo que não se perceba, para que não se diga: 'A clínica está vendendo tecido. Essa clínica está tirando dinheiro disso.'"

A prudência criminosa da organização se deve ao fato de que, nos Estados Unidos, também o tráfico de partes do corpo humano é um crime federal, punível com 10 anos de detenção e até 500 mil dólares de multa.

Em outro vídeo, os investigadores encontram a diretora executiva da Planned Parenthood, Cecile Richards, e agradecem-na pela ajuda de Nucatola para adquirir partes de bebês não nascidos. "Ó, que bom", ela responde. "Ótimo. Ela é muito boa".

O vídeo em questão é fruto de um investigação de quase três anos da organização Center for Medical Progress. Depois da divulgação do vídeo, líderes pró-vida exigiram imediatamente que se tome providências contra a Planned Parenthood. "Esse vídeo documenta a chocante verdade sobre o modelo comercial terrível e desumano de Planned Parenthood", denunciou Dr. Charmaine Yoest, presidente da organização Americans United for Life (AUL). "Sob a administração de Cecile Richards, os ultrassons no ventre materno diminuíram [1], o número de abortos aumentou e os lucros cresceram, já que até mesmo os corpos dos não nascidos se tornaram algo a mais para vender. Nós pedimos uma investigação imediata dessas atrocidades por parte do Congresso. Tão importante quanto, é hora de cortar o financiamento do governo a Planned Parenthood [2]. O contribuinte americano não deve ser envolvido em um negócio de aproveitadores tão cruéis".

Referências

  1. Desde 1973, quando da decisão Roe vs. Wade, o aborto não é criminalizado nos Estados Unidos. A partir de meados da década de 1990, no entanto, vários estados americanos têm agido para tornar a ultrassonografia parte obrigatória do serviço de aborto, em uma tentativa de mostrar às mulheres a humanidade do feto e dissuadi-las de realizarem aborto.
  2. Cf. How Obamacare Funds the Nation's Largest Abortion Provider

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