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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 1, 21b-28)

Estando com seus discípulos em Cafarnaum, Jesus, num dia de sábado, entrou na sinagoga e começou a ensinar. Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei.

Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”. Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele!”

Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “Que é isso? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” E a fama de Jesus logo se espalhou por toda parte, em toda a região da Galileia.

No Evangelho de hoje, Jesus inicia sua pregação pública, que se manifesta desde logo como uma batalha espiritual contra Satanás e seus anjos (cf. v. 23ss). Trata-se de um dos aspectos frequentemente esquecidos do Evangelho. De fato, muitas pessoas, tomadas de uma mentalidade modernista, pensam que os demônios não existem: o que Jesus estava “expulsando”, na verdade, eram doenças mentais. A referência a demônios, exorcismos etc. se deveria, no fundo, à mentalidade mágica de S. Marcos ou de sabe-se quem lá que escreveu o seu evangelho. Hoje — continuam elas —, em pleno séc. XXI, não temos mais por que acreditar nestas coisas: os demônios não passam de doenças psíquicas das quais Jesus, talvez com poderes “parapsicológicos”, teria curado várias pessoas. — Meus queridos, isso é contrário à fé católica; é esse tipo de pensamento que tem de ser exorcizado da nossa vida! Sim, os demônios existem, e Jesus, de fato, veio para destruir o reino de Satanás. Ora, é importante notar que, dentro da revelação divina entre o Antigo e o Novo Testamentos, há uma progressão. Deus, quando chamou Abraão no início, não revelou tudo ao seu povo, mas lho foi descobrindo pouco a pouco, até chegar a plenitude dos tempos. Então, Deus mesmo veio na pessoa do Filho encarnado, que é a revelação plena do Pai. Houve, pois, um progresso na revelação entre os dois Testamentos. No Antigo, as coisas estavam, por assim dizer, como que escondidas; no Novo, elas são postas à luz do dia. Por que é importante recordar isso? Porque é este progresso da revelação que nos mostra e atesta que, de fato, os demônios existem, e que foi para lutar contra eles que Cristo veio ao mundo. Com efeito, se formos às páginas do Antigo Testamento, só muito raramente veremos sinais da existência de anjos e demônios. Tanto é assim que, na época de Jesus, havia um partido religioso que negava abertamente a existência deles: eram os saduceus, enquanto os fariseus a admitiam como coisa certa… A revelação, no Antigo Testamento, não era demasiado clara neste ponto. Mas Jesus vem na plenitude dos tempos e, inaugurado o Novo Testamento, nos revela sem margem a dúvidas que, sim, existem anjos e demônios, e entre uns outros se trava uma batalha da qual também nós fazemos partes, como se lê no Apocalipse: “Houve uma batalha no céu. Miguel e seus anjos tiveram de combater o Dragão. O Dragão e seus anjos travaram combate” (Ap 12, 7). Jesus, com sua cruz triunfante, já venceu: o demônio foi derrotado e sabe que tem agora pouco tempo, e a única razão para esta luta continuar é que o diabo e seus anjos querem unir o maior número possível de homens à própria derrota e perdição. Os demônios sabem que estão perdidos e é por isso que, invejosos, nos querem perder consigo, tentar-nos e levar-nos, como eles, para longe de Deus. Mas temos confiança em Jesus; em Nossa Senhora, aquela cuja descendência esmagou a cabeça da serpente; em S. José; no nosso santo anjo da guarda; em S. Miguel e seu exército celeste. Neles está a nossa confiança. Não estamos sozinhos nesta batalha! Mas importa saber: a batalha segue, mas já está decidido o final; de que lado, porém, estaremos? Venceu o Leão da tribo de Judá, mas o grande Aleluia só irá ressoar quando a Igreja triunfante sair vitoriosa sobre as hostes inimigas, sobre Babilônia. De que lado você vai estar quando Deus manifestar sua vitória? Os demônios nos querem entre os derrotados; mas Jesus, no Evangelho de hoje, com a autoridade de sua palavra, nos quer arrancar do poder deles e levar-nos para o triunfo e a vitória do céu.

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