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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 10, 21-24)

Naquele momento, Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que veem o que vós vedes! Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir”.

1. As vindas do Senhor. — Estamos no tempo do Advento, tempo de penitência, de vigília, de espera pela vinda do Senhor. O Advento é exatamente isso. “Advento” quer dizer a parousia: a presença ou visita de Deus em nossas vidas. Sim, Nosso Senhor veio dois mil anos atrás, quando nasceu da Virgem Maria em Belém. É a festa do Natal que nós estamos preparando. Mas Nosso Senhor virá em sua segunda vinda, no fim dos tempos, quando Ele vier glorioso para julgar a vivos e mortos. Essas são as duas vindas de Cristo históricas, visíveis: uma na humildade do presépio, outra na glória do Juízo final. Mas entre essas duas vindas existe uma terceira, que é a vinda de Cristo a nossa alma, e é exatamente para isso que foi instituído o tempo do Advento, ou seja, porque existe essa vinda, essa parousia e presença de Jesus em nossa alma. A palavra parousia, que talvez você nunca tenha escutado, mas que é bem frequente em teologia, é reservada geralmente para a segunda vinda de Jesus: a parousia, portanto, é a segunda vinda de Cristo; mas, etimologicamente, ela quer dizer o seguinte: a terminação ousia refere-se a um ser e o prefixo para a algo presente. Parousia é, portanto, uma realidade presente, um ser que está aí. Jesus é uma presença, porque Ele está presente em nossas almas. 

2. A divindade de Cristo. — Como? Antes de responder a isso, é necessário recordar que Deus é uma Trindade de pessoas: Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Acontece que a segunda pessoa da SS. Trindade, o Filho eterno, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai, por quem todas as coisas foram feitas, e que por nós homens e pela nossa salvação desceu dos céus, encarnando-se no seio da Virgem Maria… é Jesus! Jesus é Deus feito homem. Quando falamos de Jesus, portanto, estamos falando claramente de Deus encarnado. Ora, passados os seus dias aqui na terra, Nosso Senhor morreu, sofreu a paixão e ressuscitou ao terceiro dia, depois subiu aos céus; e agora, neste momento, o corpo físico e glorioso de Nosso Senhor Jesus Cristo está lá no céu. Onde é o céu? Não o sabemos, mas há de ser algum lugar, porque corpos precisam de lugar. Nosso Senhor Jesus Cristo está no céu; Ele também está presente de forma sacramental e substancial nos sacrários da Terra, nos quais o corpo de Cristo vivo, escondido debaixo do véu do sacramento, está reservado. Mas como é possível que este corpo de Cristo, que está no céu e nos sacrários, esteja sempre conosco, seja presença e venha à nossa vida? Ora, Ele vem através do Espírito Santo. 

3. O toque da graça. — O Evangelho de hoje diz que Jesus exultou no Espírito Santo, e a primeira leitura nos recorda, pela boca do profeta Isaías, que o “o Espírito repousará sobre Ele” (Is 11, 2). É o Espírito Santo quem faz essa presença ilustre. Jesus, lá no céu nos sacrários, envia o Espírito Santo para nos tocar a alma, e esse toque da graça cria em nosso coração uma presença real: não é uma presença fictícia, nem afetiva, não é uma metáfora. É uma realidade: Nosso Senhor Jesus Cristo quer estar presente, quer estar tocando em nós. Esse toque da graça em nossas almas acontece, em primeiríssimo lugar, quando ouvimos a pregação do Evangelho, arrependemo-nos, estamos em graça por nos termos batizado ou confessa, que opera uma modificação dentro de nós. Uma vez ali, com toques suaves da graça, Jesus nos vai tocando o coração e despertando-nos para a sua presença. É Ele, o Ressuscitado, quem envia o Espírito Santo e vai tocando em nós. Que não o percebamos, é uma pena; mas que pelo menos o saibamos, é uma maravilha! Vamos, então, viver intensamente esse tempo de Advento, no qual somos chamados a aumentar nossa vida de oração, nossa percepção desta vinda, destas visitas de Cristo no nosso dia a dia. Sim, Ele pode visitar e quer-nos visitar quando rezamos! E estejamos atentos, porque também nos acontecimentos do dia a dia, nos momentos mais inesperados, Ele, o Ressuscitado, nos toca, envia o Espírito Santo com o toque da graça e a sua presença em nossas almas.

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