Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 21, 20-25)
Naquele tempo, Pedro virou-se e viu atrás de si aquele outro discípulo que Jesus amava, o mesmo que se reclinara sobre o peito de Jesus durante a ceia e lhe perguntara: "Senhor, quem é que te vai entregar?" Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus: "Senhor, o que vai ser deste?"
Jesus respondeu: "Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa isso? Tu, segue-me!" Então, correu entre os discípulos a notícia de que aquele discípulo não morreria. Jesus não disse que ele não morreria, mas apenas: "Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?"
Este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. Jesus fez ainda muitas outras coisas, mas, se fossem escritas todas, penso que não caberiam no mundo os livros que deveriam ser escritos.
Pôr-se em atitude de reparação neste primeiro sábado de junho significa reconhecer, em primeiro lugar, o quanto ofendem a Cristo e ao Coração puríssimo de sua Mãe os nossos pecados e indiferenças. Aqui vale a pena lembrar uma distinção que muitas vezes nos escapa, embora seja de grande importância para a vida espiritual: uma coisa é arrepender-se pela dor sincera de haver ofendido a Deus, outra, muito diferente, é alimentar certo remorso das faltas cometidas ou lamentá-las por simples temor à condenação eterna. Nesse último caso, embora já possa dar-se a contrição necessária para salvar-nos, o que há na verdade é um amor ainda imperfeito, como o do jovem rico de que nos fala o Evangelho (cf. Mc 10, 17-30; Mt 19, 16-22; Lc 18, 18-30). Mas o que a Virgem de Fátima quer de nós, por meio da devoção dos primeiros sábados de cada mês, é que demos um passo a mais e progridamos na caridade, não só evitando o pecado, mas ainda reparando os males que com ele causamos a nós e aos demais. Estes sábados têm de levar-nos a compreender, pois, como desgostamos a Cristo com a nossa frieza, amargando-lhe o Coração Sacratíssimo, transpassado pela lança que encharcamos no fel do desprezo ao seu divino amor. Que possamos hoje, com a ajuda da Virgem Maria, olhar para o Senhor desfigurado sob o peso dos nossos pecados e entender, com gemidos de dor e arrependimento, o que verdadeiramente significa aos olhos de Deus transgredir-Lhe os mandamentos e cuspir-Lhe na caridade benigníssima com que desde sempre nos quis e amou, ao ponto de não poupar sequer o próprio Filho (Rm 8, 32; cf. Jo 3, 16s).
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