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Cristo, o nosso maná

Assim como Deus alimentava dia após dia o povo de Israel com o maná descido do céu, assim também Ele continua alimentando agora os que peregrinam neste mundo com o pão vivo da Eucaristia, entregue ao povo cristão pelas mãos dos sacerdotes.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt
14, 13-21)

Naquele tempo, quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado. Mas quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. Ao sair da barca, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: "Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!" Jesus porém lhes disse: "Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!" Os discípulos responderam: "Só temos aqui cinco pães e dois peixes". Jesus disse: "Trazei-os aqui". Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Então pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida partiu os pães, e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões. Todos comeram e ficaram satisfeitos, e dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos cheios. E os que haviam comido eram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.

Na primeira multiplicação dos pães (cf. Mc 6, 30-44; Lc 9, 10-17; Jo 6, 1-15), podemos perceber uma clara alusão ao episódio do Êxodo. De fato, assim como o povo de Israel, peregrinando pelo deserto em direção à terra prometida, não tinha o que comer e era alimentado pelo maná que Deus fazia cair do céu (cf. Ex 16, 14s), assim também nós, peregrinos neste mundo, dirigimo-nos à pátria celeste e, até lá chegarmos, precisamos ser sustentados e fortalecidos pelo pão da vida (cf. Jo 6, 35). A nossa existência nesta terra, com efeito, não é mais do que uma travessia — uma Páscoa —, e o alimento de que necessitamos para chegar inteiros ao termo da viagem, só o podemos receber daqueles a quem o Senhor disse: "Dai-lhe vós mesmos de comer", ou seja, dos sacerdotes, capazes de confeccionar o sacramento da Eucaristia. Nestas palavras, pois, vemos em que consiste a principal missão de um padre: alimentar com o Corpo de Cristo os que deu à luz no Batismo e curou na Confissão.

O Senhor, cuja Igreja é uma família bem ordenada, em que os que estão em baixo obedecem aos que estão em cima, e estes vivem para servir aqueles, deu aos que participam de seu sacerdócio o encargo de dar de comer aos fiéis o pão do caminho — o viático —, para não desfalecerem enquanto se dirigem à casa do Pai. Mas para que este pão, alimento da alma, seja verdadeira refeição espiritual e produza em nós todo o seu efeito, temos de o receber com as disposições adequadas e, acima de tudo, com uma fé viva, transida de adoração e gratidão por aquele que, embora oculto sob as espécies sacramentais, está nele realmente presente, como Deus e homem verdadeiro, com seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Procuremos, pois, com todo o nosso empenho fazer da comunhão um encontro íntimo e frutuoso com o Ressuscitado. Não desperdicemos o tempo em que o temos dentro de nós com distrações e conversas fúteis. Recolhidos e prostrados aos seus pés, rendamos-lhe a devida ação de graças e deixemo-nos abrasar pelo fogo de seu Coração Eucarístico.

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