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Eles são felizes e nos querem felizes!

“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”, isto é, felizes os santos, que tiveram e têm em Deus a sua única riqueza; que entenderam qual o “único necessário”, a finalidade última de suas vidas!

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 5, 1-12a)

Naquele tempo, vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, e Jesus começou a ensiná-los:

“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados.

Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.

Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”.

Meditação. — 1. Na solenidade de Todos os Santos, temos a notícia de que a única miséria do homem é o seu pecado, cujo salário é a morte. A santidade é, antes de tudo, a perfeita felicidade, porque consiste na plena realização do ser humano; trata-se da perfeita comunhão com Deus, na participação da vida trinitária, que é o sumo Bem. Todos os homens e mulheres do mundo foram criados para essa finalidade sublime. Mas, por conta de nossa inclinação ao pecado, acabamos buscando a felicidade em coisas efêmeras como o dinheiro, a comida, a bebida, o sexo, as drogas etc., e o nosso coração se converte num poço de inquietação, porque, como recorda Santo Agostinho, fomos criados para Deus e “inquieto está o nosso coração” enquanto nEle não repousar.

Os santos do Céu já estão na beatitude plena, de modo que nada mais pode tirá-los da paz. Eles vivem, segundo o seu grau de santidade, uma felicidade sem defeito ou interrupções, pelo que têm toda a sua sede saciada no amor de Deus. Sendo assim, precisamos olhar para esses grandes heróis com a visão da fé, a fim de nos animarmos a uma vida igualmente piedosa, que nos abra as portas para o Céu e a feliz comunhão com Nosso Senhor Jesus Cristo. 

2. Sem essa disposição, ficamos reféns de nossas paixões e a nossa visão fica embotada para as coisas realmente importantes, como diz o livro da Sabedoria: “Tais são os pensamentos dos ímpios, mas eles se enganam, pois a malícia os torna cegos” (2, 21). De fato, os homens maliciosos não “conhecem os segredos de Deus, não esperam recompensa para a vida santa e não dão valor à honra das almas puras” (Sb 2, 22).

Os santos foram pessoas que, em meio às tribulações, souberam olhar para o Céu e ver para além das densas nuvens, buscando refúgio no Sol nascente que veio nos visitar, “graças às entranhas de misericórdia de nosso Deus” (Lc 1, 78). Por isso, não nos resta outro caminho senão dirigir o nosso coração ao alto, com mãos igualmente estendidas, para que esses nossos santos amigos tenham a bondade de interceder por nós e nos assegurar a graça da bem-aventurança. Apesar de não viverem a menor perturbação, as almas santas dos justos mantêm um coração compassivo por seus irmãos cá embaixo, e por nós podem apresentar súplicas ao Bom Deus. Pensemos, pois, que Deus trabalha sempre para que sejamos felizes.

3. Para alcançarmos a felicidade eterna, talvez nos baste viver à risca o que diz a primeira bem-aventurança: “Bem-aventurados os pobres no espírito, pois deles é o Reino dos Céus” (Mt 5, 3). O desapego das coisas temporais é fundamental para darmos espaço à presença de Deus em nossas almas. Ele é a unção que, como o óleo de uma lâmpada, faz a nossa vida incendiar de amor, ainda que exteriormente só vejamos amarguras e contradições. Mas se vamos enchendo a nossa vida de quinquilharias, o Espírito Santo não encontra espaço para agir e perdemos o elã, ou seja, a vivacidade para correspondermos à ação da graça e encontrarmos a verdadeira felicidade. A alma cheia de distrações é como uma pessoa no supermercado carregando suas compras nos braços: ela não terá mais o movimento de seus membros até que deposite tudo no balcão.

De mãos vazias, pois, deixemos de lado “o pecado que nos envolve” e nos leva a procurar Deus no lugar errado, como dizia São João Paulo II, para sermos instrumentos dóceis ao Espírito Santo, correndo “com perseverança na competição que nos é proposta, com olhos fixos em Jesus, que vai à frente da nossa fé e a leva à perfeição” (Hb 12, 1-2).

Oração.Deus eterno e todo-poderoso, que nos dais celebrar numa só festa os méritos de todos os santos, concedei-nos, por intercessores tão numerosos, a plenitude da vossa misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

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