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Texto do episódio
01

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo
6, 52-59)

Naquele tempo, os judeus discutiam entre si, dizendo: "Como é que ele pode dar a sua carne a comer?" Então Jesus disse: "Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim. Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre".

Assim falou Jesus, ensinando na sinagoga em Cafarnaum.

No Evangelho de hoje, Cristo alude do modo o mais claro e explícito ao mistério da Eucaristia: "A minha carne é verdadeira comida", diz o Senhor, "e o meu sangue, verdadeira bebida". Aqui, o Senhor se nos oferece como o alimento que fará o gérmen da vida eterna, que foi plantado em nós por ocasião do Batismo, ir crescendo e amadurecendo pouco a pouco, conforme a nossa cooperação e docilidade à Graça, até chegarmos, se Deus assim o quiser, à plenitude da bem-aventurança celeste: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia".

No entanto, para que as nossas comunhões se tornem verdadeiras e eficazes refeições espirituais, precisamos achegar-nos a Jesus com profundos sentimentos de fé; temos, por assim dizer, de O tocar com aquela mesma confiança da hemorroíssa. Com efeito, de que valeu tantos e tantos judeus e a tão numerosos guardas romanos o haver tocado e apalpado a carne do Verbo humanado, se não era a fé e o amor, senão a curiosidade e o despeito que lhes dominava o coração? "Minha filha", disse Jesus à mulher que padecia dum fluxo de sangue, "a tua fé te salvou; vai em paz" (Lc 8, 48).

Por isso, a nossa comunhão deve ser acompanhada sempre por uma fé viva, ardente, fervorosa. Se não crermos, de nada nos adiantará tocar e ser tocados por Cristo. De fato, como lemos em São Lucas, uma multidão O comprimia de todos os lados; mas somente a fé daquela pobre doente foi capaz de fazer sair do Senhor uma força: "Alguém me tocou", quer dizer, tocou-me com a fé e com a caridade que Eu desejo de vós (cf. Lc 8, 46). Que as nossas Missas sejam docemente temperadas com mais atos de fé e amor ao Senhor Sacramentado. Confiemo-nos, por fim, aos cuidados da nossa Mãe Santíssima, que decerto nos há de ajudar a receber o Corpo e o Sangue do seu Filho cada dia com mais amor, humildade e devoção.

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