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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 18, 1-5.10.12-14)

Naquele tempo, 1os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Quem é o maior no Reino dos Céus?” Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse: “Em verdade vos digo, se não vos converterdes, e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus. Quem se faz pequeno como esta criança, este é o maior no Reino dos Céus. 5E quem recebe em meu nome uma criança como esta é a mim que recebe.

Não desprezeis nenhum desses pequeninos, pois eu vos digo que os seus anjos nos céus veem sem cessar a face do meu Pai que está nos céus. Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam. Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos”.

Celebrar a memória de S. Clara de Assis no ano do 800.º aniversário dos protomártires franciscanos reveste-se de especial significado. Mortos no Marrocos aos 16 de janeiro de 1220, foram cinco os primeiros franciscanos coroados com a glória do martírio: Berardo, Pedro, Otão, Acúrsio e Adjuto, todos eles discípulos de S. Francisco, que fundara havia pouco sua Ordem. Enviados a pregar o Evangelho à Espanha, então sob domínio muçulmano, os cincos se dirigiram primeiro a Sevilha, em cuja mesquita proclamaram em plena festividade islâmica o nome de Cristo. Presos e condenados, foram no entanto liberados em seguida, embarcando sem demora para o Marrocos, onde tornaram a ser presos por causa de sua pregação. Ali, foram cruelmente torturados e, por ordem do miramolim da cidade, finalmente decapitados. A notícia do martírio dos irmãos de S. Francisco surpreendeu tanto a cristandade, que ninguém menos que Fernando de Bulhões decidiu vestir o hábito franciscano, com o qual se tornaria o nosso conhecidíssimo S. Antônio de Lisboa. Também a bem-aventurada Clara, ao saber do ocorrido, tomou-se de tal impulso de caridade, que se decidiu prontamente a partir em missão para pregar a verdade evangélica aos infiéis e, se preciso fosse, entregar cruentamente sua vida por Cristo. Tamanho amor urgia a freira, que o próprio S. Francisco se viu obrigado a retê-la, proibindo-lhe a saída do convento. Essa santa loucura, que pode parecer-nos hoje um impulso imprudente, quando não “suicida”, inspira-se em verdade naquela sabedoria que só é compreensível aos que procuram ser santos. Não se trata nem de matar-se por desprezo ao próprio corpo, nem de matar pela fé, como fazem pela sua falsa os pérfidos maometanos, mas de pôr em primeiro lugar a vontade de Deus, cujo coração não deseja nada mais ardentemente do que a conversão dos pobres pecadores. S. Clara, que abraçara a pobreza evangélica por amor ao Cristo que por ela se fizera pobre, como poderia não querer sacrificar-se pelo mesmo Cristo, que por ela se fizera proscrito, morto entre dois ladrões? Pois é essa a verdadeira essência do franciscanismo: nem mera emulação exterior de um “estilo de vida” despojado, nem simples “opção pelos pobres”, mas a vivência profunda da caridade divina, que nos impele a retribuir a Cristo com a mesma “moeda” com que Ele nos comprou: dando a vida, seja pela abdicação aos bens do mundo, seja pela renúncia a si mesmo, no serviço aos outros ou em holocausto pelo martírio.

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