Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 9, 18-26)
Enquanto Jesus estava falando, um chefe aproximou-se, prostrou-se diante dele e disse: “Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem impor a mão sobre ela, e viverá”. Jesus levantou-se e o acompanhou, junto com os discípulos. Nisto, uma mulher que havia doze anos sofria de hemorragias veio por trás dele e tocou na franja de seu manto. Ela pensava consigo: “Se eu conseguir ao menos tocar no seu manto, ficarei curada”. Jesus voltou-se e, ao vê-la, disse: “Coragem, filha! A tua fé te salvou”. E a mulher ficou curada a partir daquele instante.
Chegando à casa do chefe, Jesus viu os tocadores de flauta e a multidão agitada, e disse: “Retirai-vos! A menina não morreu; ela dorme”. Mas eles zombavam dele. Afastada a multidão, ele entrou, pegou a menina pela mão, e ela se levantou. E a notícia disso espalhou-se por toda aquela região.
Celebramos hoje a memória de S. Paulina do Coração Agonizante de Jesus, a primeira santa canonizada a ter vivido em terras brasileiras. S. Paulina é muito querida pelos fiéis por ter-se dedicado ao cuidado dos pobres e à educação dos órfãos. Há, no entanto, um aspecto da vida desta santa religiosa que nem sempre é suficientemente apreciado: o seu escondimento. Como hoje se sabe, S. Paulina foi objeto de muitas calúnias dentro da comunidade que ela mesma fundara, a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. As acusações foram tão graves que as autoridades eclesiásticas viram-se obrigadas a retirá-la do governo da Congregação, impedindo-a até mesmo de ser identificada entre as irmãs como a sua fundadora. S. Paulina sofreu ainda por longos anos uma série de problemas de saúde, associados a uma diabetes que lhe causou a amputação de um braço. Os seus dias, todos consagrados a Deus, foram vividos na humilhação e no que, de um ponto de vista humano, seria um retumbante “fracasso”: sem poder dedicar-se a nenhuma atividade pastoral, esquecida e ignorada dentro da própria comunidade, Paulina foi uma simples “freira velha” largada num convento. Mas, como membro do Corpo místico, ela soube fazer de suas limitações ocasião de entrega, de oblação, de união com o sacrifício silencioso de amor de Jesus Cristo. Escondida e sofrendo pacientemente dores tanto físicas como espirituais, S. Paulina ofereceu a Deus, no altar oculto de sua alma, aquela caridade abrasadíssima que é o sinal dos verdadeiros santos. Que também nós, movidos por seu exemplo e confiantes em seu patrocínio, possamos viver com o mesmo espírito, humilde e obediente, de S. Paulina e, como ela o fazia frequentemente, repetir todos os dias: “A vontade de Deus é o meu Paraíso” [1].
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