Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 11, 29-32)
Naquele tempo, quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria do Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”.
A singular importância de S. Teresa d’Ávila entre os demais santos da Igreja Católica se deve não só à sua perfeição espiritual, mas também ao seu papel como como instrumento providencial de Deus para indicar a todos os fiéis que caminho devem eles percorrer para alcançar essa mesma grandeza de amor. Teresa é importante, noutras palavras, não apenas por ter sido santa, mas por ter ensinado como alguém se torna santo. O seu famoso Livro da Vida, escrito inicialmente para a instrução de suas monjas, é uma descrição clara, ao mesmo tempo humana e divina, dos passos que cada alma deve dar neste caminho de amor que chamamos santidade. Sabemos que, ao redigir o Livro da Vida, Teresa não havia ainda chegado ao “final” do percurso; foi só depois de sua visão da alma humana, esmiuçada mais tarde e de forma sistemática nas suas Moradas, que ela pôde deixar-nos constância desses estágios últimos do progresso espiritual que conhecemos como vida mística em mais alto grau. Ora, o “sistema” que subjaz aos escritos de Teresa, ao contrário do que podemos estar tentados a imaginar, não é exclusivo da espiritualidade carmelita: o que ela nos ensina, apesar de estar “entremesclado” com colorações próprias de sua biografia, é de validez universal, pois não representa outra coisa que o único caminho de perfeição que todos, leigos, padres ou religiosos, estamos chamados a trilhar. E um dos pontos mais importantes da doutrina de S. Teresa é o valor relativo — na verdade, mínimo, se não desprezível — dos “sinais externos”. Pois a santidade não consiste em ter visões ou experimentar êxtases arrebatadores, nem deve ser buscada pelas consolações que vez por outra a acompanham. Não sejamos, pois, como aquela “geração má e perversa” do Evangelho, que busca um sinal grandioso e chamativo, enquanto tem bem ao pé de si o maior sinal de amor, o próprio Cristo presente na intimidade do nosso castelo interior. Que S. Teresa d’Ávila interceda por nós, instrua-nos com seus escritos e ajude-nos a trilhar o mesmo caminho que ela tão sabiamente nos descreveu.
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