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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 1, 19-28)

Este foi o testemunho de João, quando os judeus enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar: “Quem és tu?” João confessou e não negou. Confessou: “Eu não sou o Messias”. Eles perguntaram: “Quem és, então? És Elias?” João respondeu: “Não sou”. Eles perguntaram: “És o Profeta?” Ele respondeu: “Não”. Perguntaram então: “Quem és, afinal? Temos de levar uma resposta àqueles que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?”

João declarou: “Eu sou a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho do Senhor’” — conforme disse o profeta Isaías. Ora, os que tinham sido enviados pertenciam aos fariseus e perguntaram: “Por que então andas batizando, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?”

João respondeu: “Eu batizo com água; mas no meio de vós está aquele que vós não conheceis, e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias”. Isso aconteceu em Betânia além do Jordão, onde João estava batizando.

Pouco dias depois do Natal, celebramos hoje a memória dos santos Padres capadócios, S. Basílio Magno e S. Gregório de Nazianzo, que em plena crise ariana, quando boa parte do orbe cristão havia cedido à heresia, souberam defender corajosamente a fé católica e ortodoxa na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Verbo encarnado para a nossa salvação. Num momento de profunda obscuridade doutrinal, esses dois Padres, juntamente com S. Gregório de Nissa, brilharam como luzeiros claríssimos da verdadeira fé trinitária, e é por isso que a Igreja os celebra em sua liturgia numa data tão próxima do Natal. Com efeito, foi pela Encarnação do Filho na plenitude dos tempos que o Deus de Abraão, Isaac e Jacó, o Deus único e verdadeiro reconhecido e adorado pelos hebreus, se revelou plenamente ao povo eleito como Trindade santa. Eis por que as páginas do Novo Testamento estão salpicadas de alusões claras e evidentes ao mistério trinitário. Basta pensar, v.gr., no anúncio de S. Gabriel Arcanjo a Maria SS., no qual se diz que a Virgem, pelo poder do Espírito Santo, conceberá a ninguém menos do que o Filho do Altíssimo (cf. Lc 1, 35). Até este momento, não havia dúvidas de que Deus existisse; mas ninguém poderia imaginar que Ele tivesse um Filho nem que entre ambos houvesse um laço subsistente de Amor que é o Espírito divino. No Batismo do Senhor, do mesmo modo, Deus se revela em sua Trindade de pessoas. À saída de Jesus das águas do Jordão, paira sobre Ele, em forma de pomba, o Espírito Santo, e os que assistiam à cena ouviram do céu a voz do Pai, que confirmava publicamente tanto a origem como a missão do seu legado entre os homens: “Tu és o meu Filho bem-amado; em ti ponho minha afeição” (Lc 3, 22).

Também no mistério pascal da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, com o consequente envio do Espírito Santo em Pentecostes, ficará claro e perfeitamente testificado que o Deus único em essência é Trindade de pessoas: Ele, apesar de ser um só, não é solitário, porque é Pai, Filho e Espírito Santo, um só Deus em três pessoas realmente distintas. Foi para defender tão alto mistério, superior às forças de compreensão de toda inteligência criada, que S. Basílio e S. Gregório de Nazianzo entregaram suas vidas, e ainda que a verdade da Trindade pareça algo “distante”, como um “peça de doutrina” que pouco ou nada tem a ver com nossas vidas concretas, devemos sempre defendê-la e reverenciá-la como o dogma central da nossa fé, porque, se Deus não é Trindade, continuamos sozinhos; se Deus não é Trindade, não veio até nós o Emanuel esperado e anunciado pelos profetas; se Deus não é Trindade, não nos foi enviado o Espírito Santo, por cuja graça o homem é divinizado, assim como o Filho que, sem deixar de ser o que era, se quis humanizar. Obedientes à fé dos Apóstolos e dóceis à doutrina que a Igreja definiu infalivelmente em seus Concílios Ecumênicos, confessemos de coração e viva voz o Deus único na Trindade e a Trindade santa na unidade de um só Deus, “sem confundir as pessoas nem separar a substância, pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo” (Símbolo de S. Atanásio).

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