Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(
Lc 6, 1-5)
Num sábado, Jesus estava passando através de plantações de trigo. Seus discípulos arrancavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos. Então alguns fariseus disseram: "Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?"
Jesus respondeu-lhes: "Acaso vós não lestes o que Davi e seus companheiros fizeram, quando estavam sentindo fome? Davi entrou na casa de Deus, pegou dos pães oferecidos a Deus e os comeu, e ainda por cima os deu a seus companheiros. No entanto, só os sacerdotes podem comer desses pães". E Jesus acrescentou: "O Filho do Homem é senhor também do sábado".
São Gregório Magno, cuja memória a Igreja hoje celebra, ensina-nos que a vida espiritual do cristão tem de passar por duas fases principais. A primeira, por ele denominada "vida ativa", consiste predominantemente na ascese; é nesta etapa, com efeito, que o fiel mais precisa dedicar-se ao exercício das virtudes — morais e teologais —, à educação de suas paixões, à prática regular da lectio divina e da meditação etc. É por meio de tais esforços preparatórios que o homem, ajudado pela graça sobrenatural, poderá chegar enfim à segunda fase, ou seja, à chamada "vida contemplativa": uma vida, em resumo, de amor, de intimidade e de união com Deus. Pela ascese, pois, matamos o homem velho que em nós habita; pela vida contemplativa, tornamo-nos em Cristo homens novos, capazes de participar do matrimônio celeste que o Senhor deseja celebrar conosco. Ao chegar, porém, aos cumes da vida espiritual, o cristão adquire o grave dever de tornar-se pregador, a fim de que outras almas descubram o Amado que ele, após tantos trabalhos e fadigas, aprendeu a amar. Porque se de fato nos ousamos chamar cristãos e pretendemos um dia nos unir a Cristo Jesus, não podemos deixar de desejar essa união maior, que é a expansão caridosa dos membros do Corpo Místico de nossa divina e amável Cabeça.
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