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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Memória de São Thomas More e São John Fisher

O exemplo dos mártires nos ensina que mais vale a amizade de Cristo e a sua graça do que as honras e prestígios do mundo e que a santa intransigência que Deus espera de nós nada tem de “intolerância”, porque ela nada mais é do que sinal de um grande e profundo amor a Ele.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 6, 24-34)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Ninguém pode servir a dois senhores: pois, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.

Por isso eu vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida, com o que havereis de comer ou beber; nem com vosso corpo, com o que havereis de vestir. Afinal a vida não vale mais do que o alimento, e o corpo, mais do que a roupa? Olhai os pássaros dos céus: eles não semeiam, não colhem, nem ajuntam em armazéns. No entanto, vosso Pai que está nos céus os alimenta. Vós não valeis mais do que os pássaros?

Quem de nós pode prolongar a duração da própria vida, só pelo fato de se preocupar com isso? E por que ficais preocupados com a roupa? Olhai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Porém, eu vos digo: nem o rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada no forno, não fará ele muito mais por vós, gente de pouca fé?

Portanto, não vos preocupeis, dizendo: Que vamos comer? Que vamos beber? Como vamos nos vestir? Os pagãos é que procuram essas coisas. Vosso Pai, que está nos céus, sabe que precisais de tudo isso. Pelo contrário, buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo. Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações! Para cada dia, bastam seus próprios problemas”.

Celebramos hoje a memória de dois mártires ingleses: um deles leigo, Thomas More; e o outro bispo, John Fisher, feito cardeal quando já estava preso, à espera de ser executado. More e Fisher, como é de todos sabido, foram mortos por fidelidade à Igreja e por se recusarem a ceder às pressões do governo inglês. Como Catarina de Aragão não lhe desse um herdeiro, Henrique VIII pediu ao Papa que lhe anulasse o casamento, dando-lhe assim possibilidade de encontrar outra esposa. O Pontífice, contudo, opôs-se às pretensões adúlteras de rei, cujo matrimônio era válido e legítimo segundo as leis de Deus. O monarca, que fora antes um defensor da fé católica, não quis pagar o preço da fidelidade à esposa e às palavras de Cristo e terminou separando-se da Igreja Católica: declarou-se chefe da “igreja” da Inglaterra, perseguiu os que permaneceram fiéis a Roma e deu início a um cisma que dura até hoje. Entre os inúmeros perseguidos por Henrique VIII, contam-se os mártires de que hoje fazemos memória. O testemunho destes dois santos, que preferiram a morte a negar a indissolubilidade do matrimônio, mostra que a intransigência em matéria de fé e moral de que o mundo tanto acusa a Igreja nada tem de “intolerância”, senão que é a expressão de um grande amor: amor, em primeiro lugar, a Jesus Cristo, cuja amizade vale mais do que a própria vida; amor, em segundo, a si mesmo, pois de nada aproveita ao homem lucrar o mundo inteiro, com seus prazeres e aplausos, se no fim se condena ao inferno; amor, em último lugar, ao próximo, a quem não se deve escandalizar nem negar jamais a verdade do que crê e ensina a Santa Igreja de Cristo. Que o testemunho dos santos Thomas More e John Fisher nos encham de ânimo e coragem para viver e professar, sem medos nem respeitos humanos, a integridade da fé e da moral cristã, ainda que o preço da nossa fidelidade seja o martírio, quer o de sangue, quer o social.

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