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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 6, 7-13)

Naquele tempo, Jesus chamou os doze e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura.

Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!” Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem. Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo.

No Evangelho de hoje, Jesus envia os doze Apóstolos em missão. Como, realmente, age um apóstolo? Jesus nos dá algumas indicações. Mas vale a pena iluminar esse Evangelho e interpretá-lo com mais clareza com a ajuda do pensamento do bem-aventurado Fr. Maria Eugênio do Menino Jesus, cuja memória litúrgica se celebra hoje. Fr. Maria Eugênio, que viveu no séc. XX, conhecia bem as técnicas pastorais recentemente inventadas: a dinâmica das paróquias para gerar movimentação, para atrair pessoas, promover festas, com todo tipo de marketing etc. Mas — recorda ele em um de seus livros — será que, verdadeiramente, esses são os métodos para construir o Reino de Deus? Não estaremos usando para construir o Reino de Deus os mesmos instrumentos que Satanás usa para construir o seu próprio reino: os instrumentos da superficialidade, do barulho, da propaganda? Ora, o verdadeiro apóstolo, segundo Fr. Maria Eugênio, age com os dois instrumentos de sempre: a oração e a penitência, isto é, o sacrifício. Por quê? Porque, ao chamar os doze Apóstolos para os enviar em missão, Jesus os chamou, antes de tudo, “para que estivessem com Ele”: é a vida de oração. Não só isso, ou seja, não só para estar com Ele na intimidade da oração, mas para viver a sua própria vida, a vida de Cristo, Deus que se humilhou, que se fez pequenino e morreu na cruz por nós. Os Apóstolos não foram chamados para ser “funcionários públicos” ou “servidores do povo”, mas para viver a vida de Cristo e, assim, unir-se a Ele. Eis o porquê da oração: para que, configurados a Cristo, amem cada vez mais, e amor é sacrifício, é entrega. Lendo o Evangelho de hoje e as orientações de Jesus aos Apóstolos, que deviam ir pelos caminhos sem sacola nem dinheiro, não nos encontramos com um “checklist” sobre o que deve fazer ou não um apóstolo antes de partir em viagem. Encontramo-nos com um estilo de vida, o que significa viver, mesmo em missão, a vida de Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor a nós. Deus, por sua infinita misericórdia, veio até a nossa miséria, e nós, na Igreja, temos a graça de contar com homens chamados a continuar esse apostolado divino. O verdadeiro apóstolo é um embaixador de Cristo. Ora, embaixador é quem está em lugar de outro: não têm vontade própria nem decisões suas, senão que representa a vontade e as decisões de outrem. Assim, os Apóstolos de Cristo não têm outra palavra senão a de Cristo; não têm outros sacramentos senão os de Cristo; não têm outro Reino que construir senão o de Cristo. Mas, para que se dê o reinado de Cristo, convém que Ele cresça, e nós diminuamos. Estar com Ele em oração, esvaziar-se pelo sacrifício: são os dois instrumentos para fazer Cristo aparecer!

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