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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 4, 26-34)

Naquele tempo, Jesus disse à multidão: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece.

A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou”.

E Jesus continuou: “Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”.

Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo.

No trecho da Epístola aos Hebreus que a Igreja proclama na liturgia de hoje, o autor sagrado nos fala das perseguições que, já nos primeiríssimos anos do cristianismo, começavam a abater-se de todos os lados sobre os fiéis de Jesus Cristo. Diante da oposição ferrenha das potestades deste mundo à pregação do Evangelho, o Espírito Santo nos exorta, por meio do hagiógrafo, a manter firme a nossa fé: “Meu justo viverá da fé. Porém, se ele desfalecer, meu coração já não se agradará dele” (Hb 10, 38; cf. Hab 2, 3s). Porque não somos desertores, isto é, apóstatas e infiéis, que perdem o ânimo ao despontar da primeira dificuldade e preparam, assim, a própria ruína: não, “somos de manter a fé, para nossa salvação!” (Hb 10, 39). Mas em que consiste esta que somos instados a preservar corajosamente? É o autor sagrado mesmo quem no-lo responde, ao oferecer logo no início do capítulo seguinte uma definição de fé sobrenatural: “A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê” (Hb 11, 1). Não se trata de um fenômeno exclusivamente psicológico nem, muito menos, de uma espécie de autoconvencimento forçado, como se fora um “pensamento positivo”. A nossa fé, antes de tudo, é uma certeza, e não pode haver certeza em sentido estrito a não ser do que é verdadeiro. Por isso, a fé consiste objetivamente em um ato da inteligência pelo qual aderimos às verdades reveladas por Deus, não por um motivo qualquer, mas baseados na autoridade testificante do mesmo Deus, que não pode enganar-se nem nos enganar. Portanto, crer não significa dizer: “Acho que é assim”, ou “Sinto isso”, nem “Quero aquilo”, mas “Reconheço e aceito tal verdade”. Este ato intelectual, porém, não poderia revestir-se do caráter de fé sobrenatural se não o ajudasse a graça divina. Porque, se bem é verdade que qualquer um, ao estudar e analisar os elementos tanto históricos como doutrinais da nossa religião, pode convencer-se sem grandes dificuldades de que ela é verdadeira e não pode ter origem senão divina, ninguém pode aceitá-la e crer como convém à salvação eterna, se a isso não for movido pela graça do Espírito Santo. Eis porque, além de um ato da inteligência, a fé também é um dom e, ao mesmo tempo, uma forma de estar realmente em contato com Deus, não só pela aceitação das verdades por Ele reveladas, mas porque seria impossível preservar este ato de adesão à revelação divina sem o concurso da graça, ou seja, sem o toque suave pelo qual Deus nos permite e move a crer em tudo quanto Ele nos quis manifestar. Mas, se tal é assim, o que significa abandonar a fé senão desertar e afastar-se do próprio Deus? E o que pode resultar da guarda e do cultivo constante da fé, contra todas as adversidades do mundo, senão a firmeza da esperança e uma abertura cada vez maior ao amor que Deus quer infundir em nossos corações? Que Ele, em sua entranhável misericórdia, nos conceda viver da fé, para que, firmes na esperança das realidades vindouras, nos abramos à graça de viver, não para nós, mas por aquele que morreu para nos dar a vida: “Somos de manter a fé, para nossa salvação”!

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