Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 21, 20-25)
Naquele tempo, Pedro virou-se e viu atrás de si aquele outro discípulo que Jesus amava, o mesmo que se reclinara sobre o peito de Jesus durante a ceia e lhe perguntara: “Senhor, quem é que te vai entregar?” Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus: “Senhor, o que vai ser deste?”
Jesus respondeu: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa isso? Tu, segue-me!” Então, correu entre os discípulos a notícia de que aquele discípulo não morreria. Jesus não disse que ele não morreria, mas apenas: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?”
Este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. Jesus fez ainda muitas outras coisas, mas, se fossem escritas todas, penso que não caberiam no mundo os livros que deveriam ser escritos.
Hoje, véspera de Pentecostes, o nosso olhar deve estar voltado para a Virgem SS., em cuja companhia estivemos ao longo de toda essa novena de expectativa pela vinda do Espírito prometido. É preciso ter em mente que, lá no Cenáculo em Jerusalém, havia uma grande diferença entre a oração dos Apóstolos e a oração de Maria: aqueles esperavam a descida do Espírito Santo, ao passo que esta já o possuía desde a sua Imaculada Concepção e, de modo mais intenso, a partir da Anunciação. Podemos dizer, pois, que o episódio da Anunciação constitui um “proto-Pentecostes”: se, com efeito, a vinda do Espírito teve por finalidade primária formar o Corpo de Cristo — ou seja, a Igreja então nascente —, o que é o mistério da Anunciação senão a geração do corpo físico do Senhor nas entranhas puríssimas daquela que é Rainha da Igreja e, segundo o testemunho de muitos Padres e teólogos, pescoço do Corpo místico? Foi pela ação do Espírito Santo que Maria concebeu fisicamente aquele a quem já concebera em seu Coração Imaculado. Do mesmo modo, é pela ação do Espírito da Verdade que Cristo será formado em nossas almas, iluminadas pela graça, movidas pelo amor, enriquecidas agora com a capacidade de amar a Deus de todo o coração e sobre todas as coisas. Que a efusão do Espírito Santo, merecida pelos méritos de Cristo e do Coração Imaculado de Maria, nos lave de toda impureza e nos fecunde na verdade e no bem com orvalho divino de sua graça santificante. — Ó Santo Espírito, permanecei conosco e fazei com que permaneçamos sempre convosco!
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