Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 10, 1-9)
Naquele tempo, o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’”.
Neste dia 26 de janeiro, memória de São Timóteo e São Tito, dois grandes bispos da Igreja, recordamos o mistério daquilo que é a missão episcopal, a missão de ser sucessor dos Apóstolos.
São Paulo, cuja conversão comemoramos ontem, escreveu no fim da sua vida algumas cartas, que ficaram conhecidas como “cartas pastorais”, para Tito e Timóteo. Nessas cartas, ele expressou aquilo que é o fundamento teológico para a sucessão apostólica.
Primeiro, tivemos a geração de cristãos que nós chamamos de “geração apostólica”, que são aqueles que conheceram e viram Jesus, sendo assim testemunhas primárias da verdade de Cristo, que se encarnou, morreu na Cruz e ressuscitou.
Depois, com a morte dos Apóstolos, surgiu a geração sub-apostólica, ou seja, a geração de pessoas que conheceram os Apóstolos, mas não conheceram Jesus. Com isso, iniciou-se uma nova fase da Igreja, na qual o critério de fidelidade a Cristo está estritamente ligado à fidelidade à fé dos Apóstolos. Desse modo, todo bispo é chamado a ser sucessor dos Apóstolos.
O bispo é chamado a abraçar uma vida em que ele renuncia a tudo para se “casar” com a Igreja, entregando sua existência a ela e à sua diocese. É por causa disso que ele usa o anel episcopal, que os católicos fiéis beijam porque creem no amor de Cristo por sua Igreja.
O bispo também é sucessor dos Apóstolos, pelo fato de carregar consigo o poder desses homens: o de ensinar, o de santificar e o de reger a Igreja, com a autoridade de Cristo. Portanto, a missão de um bispo é a de transmitir para nós, com a sucessão apostólica, a Palavra de Cristo e os seus sacramentos, que hoje devemos celebrar com tanta devoção.
Que São Timóteo e São Tito intercedam do Céu por nós, a fim de que possamos compreender esse grande mistério da vocação episcopal, e abençoem os bispos para que eles sejam cada vez mais fiéis ao seu próprio mistério.
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