Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 16, 20-23a)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:

"Em verdade, em verdade vos digo: Vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria. A mulher, quando deve dar à luz, fica angustiada porque chegou a sua hora; mas, depois que a criança nasceu, ela já não se lembra dos sofrimentos, por causa da alegria de um homem ter vindo ao mundo.

Também vós agora sentis tristeza, mas eu hei de ver-vos novamente e o vosso coração se alegrará, e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria. Naquele dia, não me perguntareis mais nada".

Na Liturgia desta sexta-feira se mesclam duas alegrias, a que é pregada por Cristo no Evangelho e a que viveu o santo cuja memória hoje se celebra, S. Felipe Néri. A Igreja nos dá assim ocasião de meditarmos sobre o que é, em sentido forte, a alegria cristã. Há por um lado uma alegria que é fruto de nossas disposições orgânicas e psíquicas, a qual também podem experimentar os animais diante de algo que lhes cause prazer ou satisfação; há por outro uma alegria que só o Espírito Santo pode proporcionar e que nasce, em virtude de sua origem espiritual, da certeza de que fomos e somos imensamente amados por Deus. Só uma alegria de tal índole é duradoura e permanente, enraizada no mais fundo de nossa alma, que agora se sabe amada, e amada por um Amor infinito, que a acompanha onde quer que se encontre e a ampara em meio de qualquer perigo e tribulação. Nem a pobreza, nem a dor, nem o desprezo e as calúnias do mundo são capazes de no-la arrebatar, pois é um presente com que Deus "avaliza", por assim dizer, o amor que nos tem e dá-nos, além disso, uma garantia da paz reservada no século futuro aos que nesta vida O amaram de volta. Peçamos hoje a Nosso Senhor que, por intercessão de S. Filipe Néri, firme em nosso espírito a alegria de nos sabermos amados e redimidos, chamados a reinar com Ele pelos séculos sem fim.