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Sou católico e estou na universidade! E agora?

Nas universidades, a destruição da religião, da família, da arte, do direito, da filosofia e da própria ciência estão na ordem do dia. Como os católicos e os cristãos tradicionais podem se comportar neste ambiente hostil?

Texto do episódio
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As universidades foram fundadas na Idade Média, pela Igreja Católica, a fim de ensinar as pessoas. Mas, entrando de abismo em abismo, parece que elas estão enlouquecidas. O que está acontecendo?

Antes de qualquer coisa, é importante dizer que as escolas foram concebidas pelo Cristianismo para que as pessoas conhecessem, contemplassem e servissem a Verdade. O projeto cristão para a educação não era apenas que as pessoas aprendessem as coisas, mas que verdadeiramente se santificassem.

Infelizmente, com a fundação da universidade – que quase sempre é reputada como um grande mérito da Igreja –, começou a buscar-se não mais a verdade, mas um diploma. Então, com a substituição gradativa do conhecimento pela autopromoção, experimentou-se uma terrível derrocada no nível dos estudos.

Grandes mudanças no seio da sociedade também estimularam a decadência do ambiente universitário. Com o processo acelerado de industrialização, surgiu a necessidade de mão-de-obra para as fábricas. Como consequência, aquilo que era uma formação intelectual tornou-se um conhecimento eminentemente prático, para formar trabalhadores. Após a Segunda Guerra Mundial, a situação mudou totalmente de figura: a faculdade serviria não mais para buscar a verdade – como idealizava a Igreja –, nem para formar bons cidadãos – como queriam os renascentistas –, nem sequer para forjar mão-de-obra, mas tão somente para ensinar “atitudes sociais" aceitáveis para um projeto de “engenharia" da sociedade. O nome desse projeto é marxismo.

O marxismo é um movimento que tem em vista desmontar a sociedade tal como a conhecemos. A princípio, a ideia era fazer isso por meio de revoluções. Depois, um grupo de pensadores – que integrou a conhecida Escola de Frankfurt – viu que isso era impossível, pois o chamado “proletariado" estava alienado por uma cultura, que precisaria ser destruída primeiro.

Na Alemanha, os filósofos Karl Korsch e Georg Lukács fundaram, com a ajuda do empresário Felix Weil, o Instituto para Pesquisa Social (Institut für Sozialforschung). Juntamente com vários pensadores, eles criaram a “teoria crítica", que tinha como finalidade investigar toda a cultura ocidental e destruí-la. Korsch pegou emprestadas do pensamento de Karl Marx as noções de infraestrutura e superestrutura. Aquela seria as relações econômicas; esta, as instituições geradas por elas, tais como o direito, a família, a universidade, a escola etc. A superestrutura serviria tão somente para alienar as pessoas, submetendo-as aos interesses da classe dominante. A solução, então, seria utilizar a filosofia – considerada pelos marxistas como “instituição burguesa" – para destruir a própria filosofia ocidental. O trabalho da Escola de Frankfurt era este: destruir e criticar, até não restar pedra sobre pedra. Não sem razão Max Horkheimer, um dos diretores do Instituto, só contratava professores que tivessem, em suas palavras, “aquele ódio por tudo o que está de pé".

A maioria dos professores das universidades, conscientemente ou não, são adeptos desse pensamento marxista e revolucionário. Ao invés de estar em sala de aula para ensinar os alunos, eles usam a sua profissão para escandalizar os estudantes e desorientá-los. O que deveria ser um caminho para encontrar-se com a Verdade torna-se, antes, um “descaminho", justamente a fim de acabar com a ideia de que as verdades existem.

Aparentemente, as universidades não têm nada que ver com o “sexo livre". No entanto, são o ambiente propício para estimular esse comportamento e ridicularizar quem, de alguma forma, destoe dele. Herbert Marcuse, um dos autores da Escola de Frankfurt, idealizava, por exemplo, a “perversão polimorfa", pela qual todas as pessoas usariam o sexo indiscriminadamente, tratando-o de forma “não generativa" – ou seja, dissociando-o a abertura à vida para usá-lo tão somente como gratificação.

Theodor Adorno, por sua vez, ao formular o conceito de “personalidade autoritária", criou a “Escala F", de “fascismo", que associava as ideias conservadoras das pessoas a supostas “tendências autoritárias" que elas tinham. Como solução para esse “problema", seria necessário dessensibilizar os indivíduos, a fim de transformar o seu modo de pensar. Ora, não é exatamente este o projeto que é seguido à risca nas universidades? Tratar como “doente" e “fascista" o pensamento alheio, só por ser contrário à ideologia marxista?

Como reagir diante desse verdadeiro bombardeiro à fé e às convicções morais que moldaram o Ocidente?

Antes de qualquer coisa, é preciso “preparar o terreno", por assim dizer. Quando um professor ataca a Igreja em sala de aula, provocando os alunos que porventura sejam católicos, o que ele quer é justamente o conflito, não a busca da verdade – na qual ele sequer acredita. Por isso, nessa situação, ao invés de discutir com o professor, é importante estudar: não como quem está atrás de um diploma, mas como alguém sedento pela Verdade. Além disso, é preciso identificar pessoas de boa vontade ao redor e, de alguma forma, ensiná-las. Combater sozinho contra um professor mal-intencionado é muitas vezes contraproducente. Com um grupo de pessoas preparadas para desmascarar o ideólogo, é muito mais fácil agir.

Ao fim, o que se propõe é um trabalho genuíno de evangelização que leve as pessoas, pouco a pouco, ao encontro com a Verdade. Não se trata do caminho para a mudança da universidade como um todo, mas já é um caminho para a mudança da própria mentalidade.

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