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Um só Deus, uma só religião

A religião cristã está cimentada num fato inegável, testemunhado pelos Apóstolos e avalizado pelo sangue dos mártires: Jesus Cristo, mais do que um visionário de época ou um mero profeta entre outros tantos, é um com o Pai.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo
10, 31-42)

Naquele tempo, os judeus pegaram pedras para apedrejar Jesus. E ele lhes disse: "Por ordem do Pai, mostrei-vos muitas obras boas. Por qual delas me quereis apedrejar?"

Os judeus responderam: "Não queremos te apedrejar por causa das obras boas, mas por causa de blasfêmia, porque sendo apenas um homem, tu te fazes Deus!" Jesus disse: "Acaso não está escrito na vossa Lei: 'Eu disse: vós sois deuses'?

Ora, ninguém pode anular a Escritura: se a Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus, por que então me acusais de blasfêmia, quando eu digo que sou Filho de Deus, eu a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo? Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim. Mas, se eu as faço, mesmo que não queirais acreditar em mim, acreditai nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai".

Outra vez procuravam prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles. Jesus passou para o outro lado do Jordão, e foi para o lugar onde, antes, João tinha batizado. E permaneceu ali. Muitos foram ter com ele, e diziam: "João não realizou nenhum sinal, mas tudo o que ele disse a respeito deste homem, é verdade". E muitos, ali, acreditaram nele.

No Evangelho de ontem, Cristo declarou com todas as letras a sua origem eterna: Ele é, em sentido pleno, antes mesmo que Abraão fosse (cf. Jo 8, 58); por este motivo, os judeus que O ouviam, julgando ser blasfêmia a sublime verdade que Ele lhes revelava, decidem apedrejá-lO, como prescrevia a Lei contra os que profanavam o nome de Deus (cf. Lv 24, 16). Na leitura de hoje, assistimos a algo similar. Com pedras em mãos, os judeus estão dispostos a dar cabo de Jesus, pois pensam que Ele, sendo apenas um homem, se iguala ao Altíssimo. Cristo, porém, é contundente em afirmar a sua unidade com o Pai (cf. Jo 10, 30). Embora seja, sim, homem como nós, é também o próprio Filho de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, como confessamos solenemente a cada domingo. Nesse sentido, o cristianismo tem o distintivo de estar fundado na palavra, não de um simples líder e visionário, de um destacado profeta que, entre outros tantos, "captou" certos aspectos de uma impalpável "verdade transcendente", vaporizada num sem número de religiões. Os que nos reconhecemos como cristãos devemos estar sempre firmemente seguros de que a nossa fé não é vã nem relativizável, pois tem por fonte a Pessoa concreta do Verbo feito carne, que irrompe na história humana para trazer-nos, por meio de sua única Igreja, a plenitude da verdade. Não deixemos, pois, que as seduções do mundo e das falsas doutrinas envenenem nossa santa fé católica — cimentada no testemunho dos Apóstolos e avalizada pelo sangue dos mártires —, pela qual estamos certos de que o Deus único e verdadeiro nos falou tudo o que nos tinha a dizer na sua única, eterna e imutável Palavra.

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