Quem não pôde participar da Jornada Mundial da Juventude e teve de se contentar com as análises da mídia perdeu aspectos fundamentais desse evento que movimentou o país. É bem verdade que as lentes das câmeras conseguiram alcançar pontos importantes e, muitas vezes, belos da Jornada, mas nenhuma delas foi capaz de atingir o coração da JMJ-Rio 2013. Não obstante o clima de festa ocasionado pelo encontro, o que, de fato, marcou a alma dos jovens foi muito mais que a sensação simplista de uma viagem, mas o toque concreto com todos os artigos da fé que compõem o corpo da Igreja que é o próprio Corpo de Cristo.
A começar pela chegada dos peregrinos ao Rio de Janeiro, o Brasil e as demais partes do planeta puderam experimentar a universalidade da Igreja, desde os alegres cantos africanos à acolhida fraternal do povo carioca. Cada bandeira hasteada na praia de Copacabana revelava a dimensão da Noiva de Cristo que a acolhia e a vigiava de braços abertos de cima do Corcovado. Uma cena que deixou a Cidade Maravilhosa ainda mais... maravilhosa. Dos confins do mundo, aonde chegaram os profetas missionários de outrora, vieram as novas gerações de adoradores do Senhor, cuja única missão, concedida pelo Santo Padre, é ir novamente pelo mundo e anunciar o Evangelho a toda criatura.
O Rio de Janeiro que amargava tristes depredações e padecia sob um clima de guerra civil sem precedentes semanas atrás se convergiu num mar de pessoas que cantava louvores a Deus e pedia a intercessão da Mãe Aparecida. Imagem suficiente para arrancar lágrimas de policiais e sorrisos de bebês que, mesmo sem compreender concretamente o que lá acontecia, sabiam que era algo santo. O ódio dos protestos dos indignados foi afogado pela amor de Cristo. As profanações de meia-dúzia de coitados foram ofuscadas pela sacralidade de 3,5 milhões de batizados. De filhos do Altíssimo. De pessoas que, como pediu o Santo Padre na cerimônia de sua acolhida, botaram fé na verdade, no caminho e na vida que só se encontram em Jesus.
A Jornada Mundial da Juventude apresentou novamente às nações a pujança da Igreja e a sua capacidade de se renovar. Não, a Igreja não está morta. Pelo contrário, vive e se multiplica para além daqueles que profetizaram seu enterro e que, aliás, já estão enterrados. A história se repete e mais uma vez é a Igreja quem sai vitoriosa. Se em Madrid foram dias em que Deus parecia existir, como confessou o jornalista agnóstico Vargas Llosa, no Rio foram dias em que Ele confirmou sua existência. Diferente do que se viu dias atrás, dessa vez os jovens não saíram às ruas para depredar, mas para construir. E construir em cima da Rocha. E por isso gritavam: Esta é a juventude do Papa! Melhor, dos Papas. De Bento e de Francisco, pois a única ruptura proposta por eles é a ruptura com o pecado, não com a fé de dois mil anos como sugerem alguns teólogos mal intencionados por aí.
Os cantos que tomaram as ruas do Rio de Janeiro ainda encontrarão eco em muitos corações. Naquela praia, onde se celebrou a Missa de envio dos peregrinos, novamente exortou Jesus pela boca do Santo Padre: "Ide pelo mundo e fazei discípulos de todas as nações". E neste momento, em que muitos jovens ainda se encontram em ônibus ou aviões voltando para suas casas, também a cruz de Cristo vai com eles para indicar o caminho da Luz da Fé, a única capaz de conduzir o homem para a salvação eterna, onde as portas do inferno não prevalecerão.
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