Os protestos contra a decisão do Cardeal Dom Odilo Scherer - Arcebispo de São Paulo - de nomear a doutora Anna Maria Marques Cintra como a nova reitora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), além de revelarem o preconceito contra o cristianismo, mostram o nível de imbecilização no qual boa parte dos universitários brasileiros estão imersos. Só mesmo uma mentalidade já deturpada pelos confusos programas de doutrinação marxistas para conseguir encontrar uma lógica que sustente manifestações contra a intervenção da Igreja em sua própria universidade. A situação chegou ao limite do absurdo nesta semana quando dezenas de estudantes se reuniram no pátio da PUC para ridicularizarem Dom Odilo, no momento em que o Cardeal celebrava uma missa no campus universitário.
O imbróglio começou em novembro do ano passado quando o grão-chanceler da PUC-SP, Dom Odilo Scherer, decidiu empossar como reitora a professora Anna Cintra, ao invés do vencedor das eleições realizadas pelos alunos, professores e funcionários, o professor Dirceu de Mello. A escolha do reitor da universidade é feita pelo grão-chanceler conforme uma lista tríplice que lhe é apresentada, após uma consulta à comunidade acadêmica. Anna Cintra foi o último nome dessa lista e a escolhida do Cardeal. A decisão, todavia, foi correta pois deu-se de acordo com o Estatuto da Pontifícia. Segundo o jurista Ives Gandra Martins, "a decisão do senhor Cardeal não só foi legal, como legítima".
Apesar das pressões dos alunos e de um período de greve, com direito a uma grotesca encenação da decapitação do Papa Bento XVI (veja aqui) no pátio da instituição, Dom Odilo Scherer manteve a decisão que, inclusive recebeu a chancela da Santa Sé, dada na última semana pelo Cardeal Zenon Grocholewski, prefeito da Congregação para Educação Católica. De acordo com o decreto do Cardeal, Anna Cintra possui "títulos e qualidades" que a capacitam para exercer o cargo ao qual foi designada. Os alunos, professores e funcionários da PUC receberam uma cópia do decreto em português e outra em latim na semana do anúncio.
No último dia 22 de fevereiro, festa da Cátedra de São Pedro, o Cardeal Dom Odilo Scherer celebrou uma Missa na capela da PUC e um ato de dignificação da Cruz, em ação de graças pelo pontificado do Papa Bento XVI e em desagravo às blasfêmias dirigidas ao Santo Padre durante os protestos dos alunos e professores. Não obstante, a solenidade foi também marcada pelo desrespeito de algumas dezenas de estudantes que resolveram professar seus sentimentos anti-católicos durante a cerimônia. Com esparadrapos na boca e cartazes ofensivos, os jovens revolucionários achincalharam e hostilizaram Dom Odilo durante toda a celebração. Segundo relatos de pessoas que estiveram presente no local, em alguns momentos, os fiéis católicos chegaram a temer pela segurança do prelado, sobretudo quando este foi cercado pelos arruaceiros durante o ato de dignificação da Cruz. Enquanto Dom Odilo rezava as orações litúrgicas se podia ouvir gritos do tipo: "PUC laica" (!!!), "Fora Igreja", "adeus, adeus Bento XVI, Anna Cintra agora é sua vez".
As celebrações, contudo, seguiram seu curso normalmente, graças também à firmeza de Dom Odilo, que não deixou se intimidar. De acordo com os fiéis presentes, o Cardeal defendeu a liberdade religiosa e, antes de terminar, pediu a intercessão dos mártires da Igreja. Na procissão final, Dom Odilo puxou o canto junto com o povo: "Vitória, Tu reinarás… Ó Cruz, Tu nos salvarás". Em alguns momentos, a canção foi interrompida por gritos de "Viva o Papa". Na homilia, o cardeal explicou que o Santo Padre está diretamente ligado à Pontifícia Universidade Católica. "Ele, o Sumo Pontífice, é o catedrático na Igreja. [...] Numa Universidade Católica, estamos ligados à Cátedra de São Pedro", frisou Dom Odilo.
Malgrado as demonstrações claras de intolerância e desrespeito por parte dos baderneiros, a missa e o ato de dignificação da Cruz foram uma vitória acachapante sobre a soberba do pensamento gramcista que infesta a maioria, senão todas as universidades do país. Uma demonstração lúcida de que a Cruz é a salvação que opera no silêncio, apesar dos berros daqueles que estão dominados pela vaidade e por um automatismo desregrado que os impede de raciocinar de maneira equilibrada. Que a exemplo de Dom Odilo Scherer, outras autoridades possam se levantar para defender a genuína universidade católica e o ensinamento tradicional.
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