Grupos defensores do aborto alegam com frequência que a prática não elimina uma vida humana, mas as observações de uma aborteira revelam que muitas mulheres sabem bem a verdade do que estão fazendo.
Embora algumas ativistas admitam que o aborto elimina, sim, uma vida, descobri que, em sua maioria, as ativistas que encontramos em fóruns ou manifestações pró-aborto negam que o aborto tire a vida de um bebê. Em vez disso, dizem eles, o aborto remove “tecido”, “células” ou, quando são estranhamente explícitos, um “feto”, mas não um ser humano em desenvolvimento.
Afirmações desumanizadoras sobre os nascituros podem ser encontradas com frequência na literatura pró-aborto. Um livreto distribuído pela unidade da Planned Parenthood nas Montanhas Rochosas, por exemplo, diz o seguinte:
O feto está vivo? As algas, as minhocas e o seu apêndice estão vivos. O bolor no pão que está na geladeira está vivo. As pessoas não estão de acordo sobre o que é a vida.
De acordo com a Planned Parenthood, portanto, fazer um aborto é tão insignificante quanto eliminar bolor, algas ou minhocas. Dizem que não há nenhuma diferença entre tirar o apêndice e arrancar um bebê do ventre materno à força (desmembrando-o com um fórceps, envenenando-o ou sujeitando-o a uma sucção violenta que lhe arranca braços e pernas).
A feminista Amanda Marcotte, do site pró-aborto Rewire News, disse certa vez no Twitter:
A ingestão de antibióticos elimina mais vidas do que um aborto. Um organismo é menos do que os bilhões de mortos pelo uso de um antibiótico.
Esses são apenas dois exemplos típicos da retórica empregada na literatura e nas mídias sociais de quem defende o aborto. Vejamos, porém, a citação abaixo. Em seu livro “Por que sou uma médica aborteira” [Why I Am an Abortion Doctor, sem tradução portuguesa], Susan T. Poppema descreve os rituais realizados por algumas mulheres que abortaram em sua clínica [1]. Poppema diz:
Na realidade, nossa clínica é um local relativamente tranquilo. Algumas mulheres ampliam essa percepção quando realizam rituais em torno dos procedimentos. Há pouco tempo, uma paciente veio com seu parceiro e trouxe velas; ela nitidamente transformou a experiência numa forma ritual de dizer: “Tenho orgulho de mim por fazer esta escolha, e também estou triste por ela” (New York: Prometheus, 1996, p. 120).
Obviamente, essas pacientes sabiam que não estavam se livrando de “bolor” ou de “algas”. Ninguém acende velas depois de jogar no lixo um pedaço de pão embolorado. Ninguém realiza um ritual depois de tirar algas do aquário. Ninguém “fica triste” ou sente a necessidade de comemorar a destruição de germes. Não temos rituais para nos ajudar a lidar com nossas emoções depois que tomamos antibióticos, assim como não existem grupos de apoio para pessoas que passam desinfetante nos armários da cozinha.
O aborto é mais do que uma simples cirurgia de rotina. Qual foi a última vez que você ouviu falar de um paciente que levou velas no dia de tirar as amígdalas? Quantas pessoas realizam um ritual quando vão a um consultório para remover um cisto? Quantas vezes você foi ao dentista e viu um paciente acender velas para prestar reverências aos sisos extraídos?
Exceto em casos de doentes mentais, a resposta é: nunca.
As palavras de Poppema indicam que suas pacientes sabem que abortar é algo muito mais sério do que matar “bolor” ou “bactérias”. Isso é verdade, apesar da propaganda pró-aborto a que foram expostas. Por mais que as ativistas tentem desumanizar o nascituro, muitas mulheres ainda sabem qual é a verdade: trazem no útero uma vida humana.
Não sei se Marcotte ou a pessoa que escreveu o panfleto da Planned Parenthood realmente acreditam no que disseram sobre os nascituros, ou se sabem que sua propaganda é falsa e enganosa. Será que realmente vêem a ecografia de um bebê chutando e chupando dedo e enxergam algo parecido com bolor ou bactéria?
Quem ganha a vida promovendo o aborto tem um grande motivo para negar a realidade: aliviar a sua consciência. Essa pessoa fará o possível para desumanizar os nascituros, a fim de justificar o lucro obtido com a morte deles. Uma mulher que aborta pode sentir uma necessidade semelhante. Para aliviar o peso de sua culpa ou justificar um rendimento obtido com a promoção da morte, essas pessoas podem convencer a si mesmas de que bebês com batimentos cardíacos, ondas cerebrais e, muitas vezes, dedos de mãos e pés formados, são semelhantes a algas e a bactérias.
Por barulhenta que seja, porém, a propaganda a favor do aborto, cada vez mais pessoas conseguem ver o que ela esconde.
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