Filha de pais nobres, Joana Francisca nasceu em Dijon, aos 23 de janeiro de 1572. Ainda criança, demonstrava claramente estar destinada a uma vida de extraordinária santidade. Aos cinco anos, testemunhou uma disputa entre o pai e um nobre calvinista, sobre a presença real de Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento. Sem rodeios, a pequena declarou ao herege: “Senhor, Jesus Cristo está presente no Santíssimo Sacramento, porque Ele mesmo o disse. Se pretendes não acreditar no que Ele falou, fazes dele um mentiroso”.
Para ser agradável, o calvinista deu-lhe um pequeno objeto de presente. Joana Francisca atirou o regalo ao fogo, dizendo: “Assim queimarão no inferno os hereges que não acreditarem nas palavras de Jesus Cristo”.
Tendo perdido sua mãe muito cedo, todos os dias se recomendava à proteção de Maria Santíssima, sua divina Mãe.
Uma senhora, que a irmã lhe dera como companheira, desgostosa com as práticas de piedade exercidas Joana Francisca, procurou infiltrar-lhe no espírito ideias mundanas, não perdendo ocasião de dar-lhe maus conselhos. Maria Santíssima, porém, velava pela filha, cuja alma não sofreu nenhum dano. A dama teve de abandonar a casa.
Inimiga de tudo que é do mundo, o único anelo da donzela era procurar a Deus e servi-lo do modo mais perfeito.
Aos 20 anos, contraiu núpcias com o senhor de Chantal. Cumpriu as obrigações do próprio estado com todo o escrúpulo. Dedicada ao esposo, carinhosa para com os filhos, atenciosa e justa para com os empregados, era querida por todos e sumamente amada. Fez o voto de nunca negar esmola a quem lhe pedisse em nome de Jesus Cristo.
Um triste acidente fez com que ela mudasse de vida, de modo a entregar-se ainda mais ao serviço de Deus. Numa caça, o esposo foi vítima de um desastre e morreu em consequência de um grave ferimento, causado pela arma de um dos companheiros e amigos.
Vendo-se livre dos laços matrimoniais, Joana ofereceu a Deus o voto de castidade: “Rompestes, Senhor, os laços que me ligavam a meu esposo; ofereço-vos o sacrifício de minha vida”.
Profunda era a dor que dilacerava o seu coração, mas, com a graça de Deus, ela se conformou e corajosamente perdoou o homem que, sem culpa, havia causado a morte do senhor de Chantal, aceitando depois o convite para ser madrinha de uma filha sua.
Ocupando-se unicamente com os trabalhos de casa, sempre voltava à oração e retirou de seus cômodos tudo que era de luxo, reservando para si apenas o necessário. Casamentos vantajosos que lhe ofereceram, recusou-os todos. Para lembrar-se sempre do voto de castidade que fizera, gravou no peito, com ferro em brasa, as letras do nome Jesus Cristo.
Dia após dia, seu coração incendiava-se mais no fogo do amor a Deus e ao próximo. Pobres e doentes achavam abrigo em sua casa. Quanto mais asquerosa era a doença de seus protegidos, tanto mais carinho lhes dedicava, e esse heroísmo chegava ao ponto de beijar as úlceras dos leprosos e lavar com as próprias mãos as roupas e feridas dos pobres doentes.
Filha espiritual de São Francisco de Sales, confiou cegamente a ele a direção de sua alma. A conselho dele, abandonou o pai e os filhos para ingressar num convento, em Annecy (sudeste da França), fundado por ela própria. O nome da Ordem era Visitação de Maria. O filho tudo fez para detê-la, mas Joana Francisca permaneceu inflexível. Em sua dor e angústia, atirou-se o rapaz sobre a soleira da entrada do convento, para assim impedir a passagem da mãe. Embora extremamente comovida com esse gesto de quase desespero, Joana Francisca não se perturbou e passou por cima do corpo do filho.
Como religiosa, foi modelo para todas as irmãs. De todas as virtudes monásticas, acatava mais a da pobreza, sentindo-se feliz quando, ocasionalmente, faltava-lhe até o necessário. No desejo de em tudo agradar a Deus, fez o voto de proceder sempre do modo mais perfeito em todas as circunstâncias.
Joana Francisca chegou à idade de 70 anos e morreu como viveu: santamente, no dia 13 de dezembro de 1641. O corpo da santa encontrou seu último descanso no convento de Annecy. Os numerosos milagres que glorificaram o seu túmulo promoveram a sua canonização em 1767, por Clemente XIII.
Reflexões
Em Santa Joana Francisca temos a figura da mulher forte, da qual Salomão fala nos Provérbios. Em todas as circunstâncias da vida, deu prova de grande fortaleza de ânimo e de extraordinário espírito de mortificação. Estas virtudes são indispensáveis aos cristãos, se querem de fato honrar este nome.
“Se alguém me quer seguir, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me” (Mc 8, 34), disse Nosso Senhor. Certamente, não foi pequeno o sacrifício de Santa Joana quando, contra a vontade do pai e do filho, decidiu entrar para o convento, de modo a assemelhar-se em tudo ao seu Esposo divino.
Quem se unir a Jesus pelos laços mais íntimos, terá de subir com Ele o Monte das Oliveiras e sofrer, também com Ele, a coroação de espinhos, a duríssima flagelação e mil outros tormentos e provações. Tudo isso é indispensável a quem, com Cristo, deseja entrar na glória eterna.
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Nossa, obrigada pela aula, não conhecia. Fiquei encantada
AMÉM!!!
**)
Praticou o amor ao próximo! A caridade! Os mais nobres ensinamentos divinos!