A senhora Goldstein trabalhava em um hospital que realizava abortos. Depois de 30 anos, ela traz à tona a sua história:
Meu marido fazia residência e eu consegui simplesmente “o emprego dos meus sonhos” em um hospital próximo, em Oakland. Eu era uma forte entusiasta do aborto e comecei a sentir, a partir de então, que poderia fazer parte daquilo.
Fui contratada como enfermeira chefe nessa clínica de abortos tardios. Passei cerca de 30 dias no período diurno para me familiarizar com tudo. Eu presenciaria e ajudaria o médico com o procedimento real, com a injeção de drogas no feto, com as algas* etc. No turno em que eu trabalhava, na verdade, eu nunca via o começo real das contrações ou o processo final. Sentia-me desconfortável, mas, pensei comigo mesma, isso era algo novo e eu precisava pegar mais experiência.
Nesses abortos, a mulher era dilatada com laminárias, instrumentos pontiagudos que são introduzidos no colo do útero. Esses bastões absorvem lentamente o fluído, dilatam o colo e podem ser mantidos aí durante toda a noite ou por quanto tempo for preciso. As drogas eram injetadas no bebê para matá-lo no primeiro dia do procedimento. Hoje, os abortos ditos tardios são geralmente realizados de modo similar.
Goldstein foi poupada de parte do horror que são esses procedimentos de aborto. Na verdade, ela nunca testemunhou um bebê morto ou a dor das mulheres que sofriam as contrações.
Mais tarde, Goldstein seria promovida a uma posição em que teria de lidar diretamente com bebês abortados. Outras funcionárias da clínica já haviam revelado como foram pouco a pouco apresentadas às partes mais difíceis de seus trabalhos. Elas começaram fazendo coisas menos difíceis emocionalmente, como manutenção de registros, encargos de recepcionista ou medição da pressão arterial. Então, gradualmente, foram recebendo mais responsabilidades, até que lidassem com partes de corpos de bebês abortados ou ajudassem em abortos tardios. A essa altura, elas já estariam profundamente envolvidas e comprometidas com seus empregos. É o modo como algumas clínicas de aborto são conhecidas por manipular os seus funcionários.
Se esse era ou não o caso de Goldstein, não importa. O fato é que, trabalhando com um aborto tardio, ela teria uma experiência que mudaria por completo a sua vida:
Certa noite, uma jovem garota estava passando por um momento muito difícil. Eu estava lá com o médico. Eu sabia que, embora ele tivesse escrito que a paciente tinha 15 semanas, ela estava perto de 30. Isso acontecia com frequência, mas ninguém nunca dizia nada.
Outras provedoras de aborto, como Carol Everett e Kathy Sparks, já contaram como as suas clínicas faziam aborto para além do período legalmente permitido e tentavam esconder o fato. A clínica de Kathy Sparks descartava ilegalmente vítimas de aborto tardio no vaso sanitário.
Goldstein afirma:
Quando ela deu à luz essa bebezinha (que me parecia completamente formada), ela estava realmente viva e chorando. O médico me disse: ‘Coloque isso na sala e feche a porta. Não entre até o turno da manhã.’ Imediatamente, peguei a menina chorando, enrolei e deitei-a em uma sala. Então, imediatamente comecei a ligar para os hospitais próximos (contra a vontade do médico) para achar alguém que a levasse. Ninguém a levaria porque diziam que ela não era viável. Gastei várias horas tentando. Eu queria apenas sair daquele lugar, mas sabia que não poderia sair e deixar os outros pacientes sem uma enfermeira. Eu ainda hoje posso ouvir o choro daquela criança na minha cabeça.
Apesar de suas tentativas desesperados por conseguir ajuda médica para a criança, a bebezinha morreu. Goldstein deixou o seu emprego, mas nunca mais ousou defender o aborto:
Eu espero que as pessoas que promovem o aborto, especialmente em gestações avançadas, passem pelo que eu passei. No dia seguinte, dei um fim ao meu emprego imediatamente e consegui trabalho em uma unidade pediátrica de outro hospital.
Essa experiência mudaria a vida de Goldstein de outra forma quando, alguns anos depois, ela mesma passaria por uma gravidez difícil:
Depois de alguns anos, eu fiquei grávida e entrei em trabalho de parto com 20 semanas. Os médicos queriam que eu interrompesse [a gravidez] imediatamente devido à minha saúde. Afirmaram que o bebê não seria normal e que eu devia tentar de novo. Eu disse que ‘não’ e fui mandada para casa, em repouso absoluto, sem permissão para ficar sozinha. Finalmente, tive uma febre muito alta e correram comigo para o hospital. O bebê ainda estava prematuro... Ele deveria nascer em novembro, e eu o tive em julho, um menino de 1 quilo e 180 gramas. Isso foi 30 anos atrás. Disseram-me que ele era muito pequeno e que eu não deveria esperar muita coisa. Ele ficou na sala para prematuros por algum tempo e era perfeitamente normal. Hoje, meu filho é um jovem saudável, trabalhando no seu segundo mestrado e em um emprego de tempo integral. Ele sabe da sorte que tem de estar vivo porque, se eu não tivesse a experiência que tive há 30 anos, ele não estaria aqui hoje.
Goldstein mostrou grande coragem lutando pela vida daquela pequena garota, 30 anos atrás. Também mostrou grande coragem lutando pela vida de seu próprio filho. E, finalmente, tem mostrado grande coragem compartilhando a sua história. Quanto mais pessoas deixam a indústria do aborto e corajosamente trazem à luz as suas histórias, mais e mais pessoas que ignoravam o assunto estão conhecendo a verdade.
Esperamos que aqueles que têm hesitado a respeito do tema aborto mudem de ideia ao aprenderem — de quem o testemunhou em primeira mão — aquilo que ele realmente é: o assassinato de um ser humano frágil e indefeso no ventre de sua mãe.
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