Ela foi criada em uma comunidade protestante batista, deixou de acreditar em Deus, simpatizou com o espiritismo, até que, por fim, decidiu dar uma chance para a Igreja Católica. “Se até eu pude ser resgatada”, ela diz, “qualquer pessoa no mundo tem essa chance também.”
Leia este breve testemunho de Ana Clara, enviado ao nosso suporte em 2016, e comprove como as orações e os conselhos de boas amizades podem ser decisivos para mudar vidas.
Salve Maria Santíssima!
Boa tarde, equipe do site!
Conversando com amigos em um grupo de Facebook, escrevi uma breve história da minha conversão ao catolicismo e, como o padre Paulo Ricardo teve uma influência considerável nesse processo, um de meus amigos pediu para eu mandar um e-mail de agradecimento. Ei-lo, então.
Copiei o que escrevi no grupo e fiz pequenas alterações. Espero que sirva para que vocês e o padre Paulo tenham confirmação de que o site e as orações e mortificações que vocês fazem importam muito. Saibam, também, que vocês estão em minhas orações e nas minhas intenções do terço.
Fui criada na igreja protestante, uma batista, e era bem ativa até cerca dos meus 16 anos. Quando fui ficando mais velha, não entendia por que as pessoas não mudavam totalmente por Cristo depois de O “aceitarem” (o batismo não é um sacramento nem um ritual de passagem na [igreja] batista, é uma cerimônia solene apenas), por que Deus não falava comigo (apesar de a batista não ser pentecostalista, há muita influência dos carismas por lá), por que tinha tanta hipocrisia, por que algumas pessoas seriam salvas só por terem aceitado Jesus, mesmo não buscando melhorar.
Eu sei que isso não se aplica a todo protestante, mas eu tinha muitas outras dúvidas, essas eram as piores. O fato é que eu acabei achando que Deus simplesmente não deveria existir, porque a Igreja Católica era uma versão ultrapassada do protestantismo, e este não era suficiente.
Depois disso, entrando na faculdade, envolvi-me um pouco com o esquerdismo, e isso me deixou mais materialista. Eu não me sentia bem, mas continuava fazendo coisas pensando somente nas consequências imediatas e, à medida que os anos iam passando e eu ia quebrando a cara — ou machucando outras pessoas, o que era pior —, a sensação de que a vida era uma coisa terrível ia crescendo.
E não é que eu fosse uma jovem rebelde sem causa. Eu trabalhava, lia muito, tentava ser uma boa filha etc., mas eu sentia que a vida não era só aquilo e não sabia explicar o que era. Até que, ano passado, depois de terminar um relacionamento com uma pessoa que era mais materialista e imediatista do que eu, percebi que existiam algumas coisas que importavam muito no mundo, sobretudo alguns valores morais, e aí foi o comecinho.
Comecei a organizar umas doações e umas coisinhas de caridade e senti-me muito bem com aquilo. Foi aí que decidi dar outra chance ao cristianismo e virei… espírita (risos)! Eu passava mal quando tomava o “passe”, não gostava das reuniões, mas achava que tinha que fazer o bem e achava que já tinha tentado as outras duas (protestantismo e catolicismo), então não fazia mal dar uma chance para Jesus de novo (era o que eu pensava que estava fazendo).
Mas tinha uma coisa que me incomodava muito no espiritismo: o fato de não haver inferno. Não existia condenação maior do que voltar à terra para evoluir. Aquilo era muito prático e cômodo, mas me incomodava muito porque parecia extremamente injusto.
Até que, no começo desse ano, com aquelas cenas lamentáveis ocorridas no processo de impeachment da ex-presidente, em meio à incerteza, eu, que tinha mudado de opinião política, vi pessoas que se diziam minhas amigas me discriminando porque eu não pensava mais exatamente como elas. Tive diversas crises existenciais e conversei muito com um amigo, ex-colega de faculdade, que sempre foi católico e conservador.
Um dia, eu comentei com ele que a situação do Brasil e do mundo estava toda errada, e que não havia perspectiva de melhora, e que essa solidão intelectual pela qual eu passava era terrível, e perguntei como ele tinha suportado saber disso durante tanto tempo, com tantas pessoas falando mal dele e do que ele pensava.
Ele respondeu: “Clara, não fosse minha fé em Deus, eu já teria me matado”. Aquilo me tocou profundamente e, como ele é católico, eu resolvi dar uma chance e conhecer alguma coisa do catolicismo fora o que eu havia aprendido na igreja protestante (que era, basicamente, que católicos adoram pessoas e imagens, vendem vagas para o céu e são criaturas de Deus, não filhas dEle).
E aí que, vendo vídeos de alguns padres no YouTube e lendo alguns artigos simples, entendi a importância da castidade e do controle de si mesmo. Esse tema me interessou muito e, por acaso, topei com um vídeo do padre Paulo Ricardo sobre isso. Aí “foi só amor”, comecei a fazer alguns cursos, ver o quadro da Resposta Católica, e tudo fazia um sentido absurdo.
Até que, encorajada por alguns amigos, procurei um padre (meu atual confessor e diretor espiritual) para me confessar. Cheguei na secretaria muito nervosa e disse que era minha primeira confissão. Contei minha história e o que eu tinha aprontado. Ele conversou mais de uma hora comigo, deu-me um livro do Scott Hahn para ler e disse-me para me aproximar de Maria.
Eu me senti incrivelmente aliviada depois disso e resolvi começar a rezar o terço. Quanto mais eu ia lendo sobre, mais me convencia da perenidade da Igreja e de sua legitimidade. Fui aprendendo sobre os santos, sobre a Tradição e hoje estou aqui, pelejando, tentando combater o bom combate.
Eu não consigo explicar o que eu sinto hoje, como a Igreja mudou a minha vida e me dá uma vontade real de ser melhor e fazer a vontade de Deus. Eu explico para alguns protestantes hoje como a confissão ajuda, ou aprender sobre a vida dos santos, mas acho que o necessário para minha conversão mesmo foram duas coisas: a Divina Providência e as ave-Marias que alguns amigos rezaram pela salvação da minha alma. Deus me dá muita esperança, porque, se até eu pude ser resgatada, qualquer pessoa no mundo tem essa chance também.
Muito obrigada pelo trabalho que vocês exercem. Continuem rezando para que Deus converta muitos pecadores através do trabalho de vocês, meus irmãos!
Ana Clara.
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