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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Texto do episódio
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Antes de mais nada é preciso distinguir um ícone de um ídolo. Ambos são imagens, mas são completamente distintas. Um ídolo (em grego, εἴδωλον, eidolon) é uma criatura que é colocada no lugar de Deus. Um deus falso. E isto é proibido pelo primeiro mandamento da lei de Deus.

Já o ícone (em grego, εἰκών, eikon), embora seja também uma imagem, uma criatura feita por mãos humanas, não é colocada no lugar de Deus, mas sim remete a Ele. Como uma janela que se abre para Deus.

Fica claro, então, que a primeira é proibida e a segunda não. No entanto, os protestantes radicalizam e condenam qualquer tipo de imagem, o que não resolve o problema, pois as imagens estão por toda parte: na esposa, no esposo, nos filhos, na natureza, etc., tudo pode ser janela transparente para louvor a Deus. Ou pode ser ídolo. Depende de como se olha para essas imagens. Diante de qualquer criatura há sempre uma escolha a ser feita: ícone ou ídolo? Para Deus ou no lugar de Deus?

O culto aos santos é lícito, pois até mesmo a Sagrada Escritura atesta isso, quando a Virgem Santíssima, em seu canto Magnificat, afirma: “Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada" (Lc 1,48) e o próprio Jesus Cristo por diversas vezes se refere às pessoas como sendo “bem-aventurados, felizes". Ora, Ele mesmo está louvando tais pessoas, chamando a atenção para ação de Deus em tais criaturas. Esses são os santos.

Quando os católicos veneram um santo, o que fazem é tão somente louvar a Deus e agradecer por Ele usar seres humanos, frágeis, para realizar a Sua obra. No caso de um ícone, que recorda alguma criatura, a mesma regra se aplica.

Portanto, é licito venerar imagens, inclusive ajoelhar-se diante delas, falar com os santos diante das imagens, beijá-las, acender velas, oferecer flores, tudo isso é permitido. O II Concílio de Niceia é claro ao dizer que o culto prestado à imagem não se dirige a ela, mas sim ao protótipo, ou seja àquele que está no céu. Deus resplandece na sua glória naquela criatura.

Assim, ajoelhar-se diante de uma imagem da Virgem Santíssima pode ser considerado uma idolatria? Depende. Se ela for tratada como um ídolo, sendo colocada no lugar de Deus, sim. Mas, se ela for uma janela que conduz para Deus é tão somente o mistério do ícone: que conduz para o culto e o louvor a Deus na glória eterna que só a Ele pertence.

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