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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Texto do episódio
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Jesus nos deixou uma ordem clara: “Quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo dia após dia, tome sua cruz e me siga” (Mt 16, 24). Essa exigência pode parecer difícil, porque nossa razão sempre busca uma saída cômoda. Renunciar a nós mesmos e carregar a cruz todos os dias, sem pausa, sem descanso, parece algo extremo. Como conciliar isso com um Deus de amor? Precisamos compreender que essa cruz não é um fardo qualquer, mas a cruz do amor.

Nós sabemos que o Deus de amor que se fez homem encontrou em nós um coração marcado pelo pecado original, envenenado pela dúvida. Desde o princípio, a serpente instilou essa desconfiança, levando Adão e Eva a questionar a bondade de Deus. Nossos pais preferiram acreditar na serpente e, por isso, caíram. O primeiro efeito foi o medo — esconderam-se d’Ele, rompendo a comunhão que tinham. Desde então, a dúvida sobre o amor de Deus acompanha a humanidade, e nunca foi tão forte como em nossos tempos.

A civilização moderna, influenciada por Descartes, orgulha-se do próprio intelecto e adota a dúvida como método, supervalorizando o suposto “pensamento crítico”. Mas sem fé, não conseguimos ter acesso ao amor de Deus. Ele nos manifesta seu amor todos os dias, mas muitas vezes estamos distraídos, ocupados com outras coisas, sem dar atenção à sua voz que nos chama. Não podemos ouvir o amor de Cristo sem reconhecer que Ele veio para quebrar nossos conceitos, morrendo na Cruz por nós.

Portanto, a primeira atitude da caminhada cristã não é “renunciar a si mesmo e tomar a cruz”, mas reconhecer o fato de que Cristo renunciou a si mesmo dia após dia, tomou a sua cruz e morreu por cada um de nós. Mas, para receber a notícia desse amor, precisamos ter fé. Sem ela, olhamos para a Cruz e duvidamos, achando que Cristo foi abandonado por Deus. O diabo inverte o significado da Cruz, fazendo-a parecer um sinal de abandono divino, quando, na verdade, ela é o maior sinal de amor e entrega de Deus por nós.

Precisamos, pois, encontrar-nos com a Cruz de Cristo e com o amor com o qual Ele nos amou. Ao nos deparar com esse amor, pelo ato de fé, reconhecemos que, se fomos amados dessa forma, precisamos amar de volta. A partir disso, faz sentido renunciar a nós mesmos todos os dias, viver a Quaresma e fazer penitência. O essencial, para isso, é silenciar o barulho dos inimigos da alma, o mundo, a carne e o diabo, para ouvir Cristo, que nos diz: “Foi por você que eu morri na Cruz”.

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Olmiria Sturaro
29 Mar 2025

Muito bom  me fez parar e refletir o quanto Deus me ama

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