CNP
Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
Todos os direitos reservados a padrepauloricardo.org®

Aproveite a maior promoção do ano!

Desconto de até 50% na assinatura anual.

  • 45% + 5% extra no pagamento via PIX;
  • 53 cursos à sua disposição;
  • Biblioteca de livros digitais para complementar seus estudos;
  • Acesso a transmissões exclusivas para alunos;
  • Participação no programa Studiositas;
  • Condição especial na compra dos livros da Editora Padre Pio;
Assine agora
Texto do episódio
1482

Ao estudar a Paixão de Cristo, há um ponto recorrente na exegese [1]: a expressão “um dos Doze” é usada quase exclusivamente para Judas. Esse detalhe revela o grande escândalo que marcou significativamente os primeiros cristãos: a traição veio precisamente de um dos Apóstolos escolhidos por Cristo.

Nos primeiros tempos da Igreja, esta ideia era profundamente marcante: não foram Pilatos, Caifás, Anás, Herodes, os soldados do Templo, os soldados romanos ou os fariseus que iniciaram a tragédia da Paixão, senão “um dos Doze”. Isso significa que Judas foi escolhido por Jesus, recebeu a graça para ser um grande santo e poderia ter seguido outro caminho. Se tivesse se arrependido verdadeiramente, hoje talvez houvesse igrejas dedicadas a São Judas Iscariotes, o arrependido. Mesmo após a traição, e com as malditas trinta moedas de prata em mãos, bastaria que ele tivesse olhado para Jesus e pedido perdão.

Jesus lançou sobre Judas o mesmo olhar de misericórdia que dirigiu a Pedro. São Lucas narra que, ao cantar o galo, “o Senhor olhou para Pedro” (Lc 22, 61) — um olhar de amor e de chamado ao arrependimento, não de acusação. No Horto das Oliveiras, quando Judas traiu Nosso Senhor com um beijo, esse olhar certamente foi o mais terno e compassivo; foi uma oferta singular de perdão e de misericórdia.

Contudo, Judas não acreditou que a misericórdia de Cristo fosse maior do que o seu pecado. Este, portanto, foi o seu verdadeiro erro: não a traição em si — para a qual teria volta —, mas a falta de fé no amor com o qual ele mesmo foi amado. Judas quis salvar-se por si mesmo, confiando em suas próprias forças, em vez de se entregar à graça do Senhor. Por isso, sua condenação não veio do pecado cometido, mas da recusa em receber o perdão — ele esperou de suas próprias forças e não das forças de Nosso Senhor. Assim, hoje, ele é o ser humano que está mais próximo de Satanás, nas profundezas do Inferno. 

Neste tempo de Quaresma, somos chamados a pedir perdão a Deus. No entanto, há muitas pessoas que, equivocadamente, pensam que seus pecados são maiores que a misericórdia e o amor de Jesus e que, por isso, não adiantaria sequer ir à Confissão. Porém, o olhar de Jesus está sobre nós, dizendo que o amor de Deus é sumamente maior do que qualquer pecado. A Primeira Carta de São João recorda-nos: “Se o teu coração te acusa, Deus é maior do que o teu coração” (1Jo 3, 20). A misericórdia divina não conhece limites. Portanto, tenhamos coragem, levantemo-nos, como o filho pródigo, e digamos: “Voltarei para a casa do meu Pai”. 

Notas

  1. A exegese é uma ciência dentro da teologia que analisa a Bíblia a partir dos manuscritos antigos e das línguas originais, realizando um trabalho minucioso para nos fornecer uma base sólida de estudo. Depois, evidentemente, integramos esse conhecimento à fé, à teologia e à espiritualidade. Um exemplo notável de exegeta é o Padre Raymond Brown, um sulpiciano que dedicou dez anos à escrita de dois volumes sobre a morte do Messias. Ele analisou detalhadamente cada aspecto da Paixão nos quatro Evangelhos, comparando as interpretações de diversos exegetas ao longo da história. Mesmo que não concordemos com todas as suas conclusões, seu trabalho fornece uma visão abrangente do tema.

O que achou desse conteúdo?

14
82
Mais recentes
Mais antigos


EF
Etienne Ferian
29 Abr 2025

Se não fosse judas como seria a paixão? Sempre penso nisso. O que o condenou foi a falta de arrependimento, mas mesmo que ele tivesse se arrependido, ainda sim teria sido o traidor?

Responder
VM
Virgínia Monteiro
16 Abr 2025

Obrigada Pe Paulo ,por me lembrar de não desperdiçar o olhar de Jesus para mim .

Responder
PS
Priscilla Santos
16 Abr 2025

Que impactante ouvir isso! O Amor de Deus é maior! Obrigada Senhor! Obrigada Padre Paulo Ricardo!

Responder
RO
Rafael Oppermann
16 Abr 2025

Louvado seja NSJC! Pecamos quando achamos que nossos pecados não merecem o perdão de Deus. É um pecado grave duvidar da Sua misericórdia!

Responder
JB
Judas Brasil
15 Abr 2025

EXCELENTE!.

Responder
IM
Irimar Mendes
8 Abr 2025

Que linda reflexão Padre Paulo.

O Senhor é um abençoado de Deus.

Responder
MB
Maria Baia
4 Abr 2025

Que Belíssimo Ensino! 👏🏼👏🏼👏🏼

Muito Obrigada🌹

Responder
LO
Luís Oliveira
4 Abr 2025

Assim como Adão e Eva se esconderam de Deus no Paraíso Judas se esconde na sua arrogância, prepotência e materialismo. Não tendo humildade de voltas a Nosso Senhor Jesus Cristo.

Responder
ÁL
Álerson Lima
4 Abr 2025

Amém.

Responder
RC
Robson Cola
3 Abr 2025

Deus perdoa quem se arrepende! 

Responder
ML
Márcio Lima
2 Abr 2025

Que reflexão profunda! Judas pensou que poderia se salvar, esquecendo que a miséria humana nos impede totalmente de sermos salvos por nós mesmos, sendo o único caminho Nosso Senhor Jesus Cristo — cujo amor ele trocou para se tornar 'um dos doze'.

Judas talvez seja o maior exemplo de uma alma tomada pelo materialismo; as ilusões desta vida enquanto sua experiência e conhecimento foram suficientes para justificar em sua mente uma traição atroz. O apego ao material e a soberba o levaram à perdição eterna.

Que esta lição nos lembre da importância de sempre repetir: Jesus, eu confio em Vós!

Responder
MK
Maria Klein
2 Abr 2025

Uma meditação que toca a alma de todos nós pecadores.

Responder
LC
Lourdes Cardoso
1 Abr 2025

Jesus já me perdoou. 

Responder
LC
Lourdes Cardoso
1 Abr 2025

O senhor Pe Paulo é um grande professor. Um sacerdote abençoado. Eu te amo em Cristo,  Pe Paulo!!!

Responder
Texto do episódio
Comentários dos alunos