Este texto é mais um breve relato de exorcismo acompanhado pelo Monsenhor Stephen Rossetti, que exerce a função de exorcista na Arquidiocese de Washington, capital dos Estados Unidos, há mais de 12 anos.
Algumas pessoas podem achar o registro abaixo perturbador, e outras tantas talvez até reajam com ceticismo ao que é contado por este sacerdote. Pensamos, porém, que a experiência pessoal de um padre idôneo, que lida no dia a dia com os demônios, não deve ser simplesmente “descartada” como se nada fosse.
Evidentemente, ninguém é obrigado a acreditar no que ele relata. Sua história não é um “artigo de fé católica”. Na verdade, porém, de que os demônios existem, e na ilicitude do aborto provocado, todos os católicos devemos crer: é o que ensina a Igreja de dois mil anos e é o que nos dita a própria lei natural, inscrita no coração de todo ser humano.
As coisas não estavam se encaixando. Quando rezamos por “Joice”, parecia que ela estava completamente possuída. Ela reagiu fortemente às orações de exorcismo. Sua personalidade ficou em segundo plano e um olhar sarcástico e arrogante apareceu em seu rosto. Quando seguramos um crucifixo, ela disse que seus olhos ardiam só de olhar para ele. Tinha grande dificuldade de ir à Missa e engolir a hóstia consagrada. Ela dizia: “Tinha gosto de animal morto”. Quando nossas sessões de exorcismo terminaram, ela se lembrava pouco do que havia acontecido.
Mas suas informações básicas não pareciam corresponder. É verdade que ela era uma católica relapsa e que tinha se envolvido em alguns comportamentos pecaminosos. Nossa experiência, porém, mostrava que pessoas possessas normalmente tinham as “portas” mais abertas para o demônio. Por isso, sua condição não fazia sentido.
Após vários meses de exorcismo, a verdade finalmente veio à tona. Ao se sentir mais à vontade conosco, ela revelou que havia feito um aborto. Além disso, ela já tinha passado alguns anos envolvida com ocultismo, inclusive consultando médiuns, invocando espíritos e praticando adivinhação. Naquele momento, eu entendi tudo.
Esta é a combinação perfeita para a possessão. Primeiro, não praticar a fé. Viver uma vida virtuosa, tendo fé em Cristo e em sua Igreja, é a principal proteção contra a ação de Satanás. Sem isso, a pessoa fica vulnerável. Segundo, realizar atos seriamente pecaminosos, especialmente os que contribuam para mortes injustas, abusos de crianças ou pecados mortais em geral. Isso cria feridas na psique e no espírito através das quais o demônio pode entrar. Terceiro, invocar espíritos malignos, como em sessões de ocultismo ou de qualquer espiritismo da nova era. Isso convida diretamente os demônios a entrar pelas feridas e possuir a pessoa indefesa.
Ao olhar para a sociedade atual, vemos que todas essas três condições estão aumentando de forma muito rápida. Antes de melhorar, as coisas ainda vão ficar muito mais feias. Precisamos de mais exorcistas e pessoas de oração que os apoiem. Nossa pequena equipe está cada vez mais sobrecarregada com pedidos de ajuda contundentes.
Devemos olhar para Nossa Senhora... Minha bela Maria, meu amor, precisamos de ti.
O que achou desse conteúdo?