Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 22, 34-40)
Naquele tempo: Os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram em grupo, e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: 'Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?' Jesus respondeu: 'Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!' Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: 'Amarás ao teu próximo como a ti mesmo'. Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos.
No Evangelho de hoje, aproximando-se de Jesus um grupo de fariseus, um deles dirigiu-se ao Mestre com a pergunta sobre o maior mandamento da Lei, ocasião na qual o Senhor ensinou os dois mandamentos da caridade de que dependem toda a Lei e os Profetas. "O primeiro e maior mandamento", diz Jesus, é amar a Deus de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento. E o que quer dizer, pois, amar a Deus ex toto corde, de todo o coração? Santo Tomás de Aquino, ao comentar esta passagem do Evangelho, ensina-nos que ama a Deus de todo o coração quem O ama como fim (Super Mt., cap. 22 l. 4). É importante notar que trata-se de um princípio básico da moral católica, que deve orientar todas as nossas ações, tornando-as verdadeiramente virtuosas. De maneira muito concreta, se vemos alguém que dá esmola a um necessitado, e o faz por interesse, por vaidade, aquele ato, que pode ser bom em si, não é virtuoso; socorrer o próximo em suas necessidades só será virtuoso se tiver sua finalidade em Deus. Dessa forma, as coisas mais simples e cotidianas da nossa vida — como um objeto que pegamos no chão ou um cumprimento que damos a alguém — podem ser uma oportunidade de amar a Deus de todo o coração; nenhuma ocasião é desperdiçada a uma alma enamorada de Deus.
O segundo mandamento, "semelhante a esse", é o amor ao próximo como a si mesmo. E para compreendermos esse mandamento, lembremo-nos das palavras de São João: "amamos, porque Deus nos amou primeiro" (1Jo 4, 19). Deus me amou! E se Ele me amou, devo amar-me por amor a Ele, e corresponder ao Seu amor amando-O num lugar muito objetivo: o próximo, porque "aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê" (1Jo 4, 20).
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