Outro dia, fui a uma cafeteria e vi duas amigas conversarem à mesa. Sentei-me perto delas e comecei a fazer um pouco dos meus deveres de casa. Uma das garotas é uma católica muito devota, que nos últimos tempos tem procurado respostas a vários questionamentos sobre a sua fé. Ela e a amiga discutiam sobre o porquê de não haver mais homens fervorosos na fé, sobretudo quando o assunto são relacionamentos. 

Ela olhou para mim e perguntou: “Por que não há mais homens que queiram entregar-se a Deus nos relacionamentos? Por que não há mais homens tão obedientes a Deus, a ponto de estarem dispostos a mover montanhas por Ele?”

Já perdi a conta de quantos artigos e livros li sobre a necessidade de os homens serem mais fervorosos, de entrarem em combate pelo coração de uma mulher. Mas o que significa isso, exatamente? Temos mesmo de voltar à Roma antiga, desembainhar a espada no Coliseu e picotar um leão para salvar a donzela em apuros? Ou deveríamos, quem sabe, ir a um bar para salvar, com pose de herói, a garota acossada por um grandalhão? 

Hollywood nos deu, com certeza, algumas ideias irreais sobre o que é uma batalha de verdade.

O primeiro homem a sair derrotado desta luta teve por campa o Jardim do Éden. O elenco é formado aqui por Deus, Adão, Eva e a serpente. Deus plantara um jardim de beleza nunca antes vista, onde poderiam viver suas mais queridas criaturas, às quais impôs uma regra muito simples: não comer do fruto proibido. Mas, por sermos livres, somos capazes de nos deixar enganar por todo tipo de mentira, só para justificarmos nossas ações. Não deveria Eva ter sido esperta o bastante para não comer do fruto? É claro que sim. Ora, e onde estava Adão? Bem ao lado dela. Não bastava, então, dizer-lhe: “Não, Eva! É uma armadilha!” Teria a mulher caído, por acaso? E no entanto o silêncio de Adão fez cair em tentação, não só a Eva, mas também ao próprio Adão.

Eis aí o campo em que o homem deve travar a luta para conquistar o coração de uma mulher: a luta contra a tentação e o pecado. Nossa “Eva” será tentada ao longo da vida de muitas maneiras, numa batalha constante contra as vãs promessas do demônio. Imaginemos o pecado como uma neblina densa e mesmerizante, que se vai rastejando em direção aos que caem vítimas suas. Se víssemos nossa mulher aproximar-se mais e mais desse nevoeiro, não iríamos gritar a plenos plumões: “Afaste-se! É uma farsa!”?

Em vez disso, muitos homens hoje em dia pressionam as mulheres a mergulharem numa vida de pecado, manipuladas e convencidas por eles de que o único jeito de ser uma “boa namorada” é proporcionando-lhes prazer sexual ou tomando, mesmo à revelia, um trago após o outro. Satanás alegra-se destes homens, porque estão fazendo o seu trabalho sujo. Ao fim e ao cabo, a luta está em empurrá-las ou afastá-las de comportamentos pecaminosos.

São Francisco, em sua conhecida oração, diz que temos de ser instrumentos à disposição do Senhor, e o meu grande conselho é que você seja instrumento de Deus na vida de uma mulher. Deixe Cristo brilhar em suas ações, para que ela se afaste da neblina do pecado e seja envolvida com a glória divina. Se você tiver a oportunidade de ficar a sós com ela em casa, onde sabe que cederá à luxúria, mas, em vez disso, escolher rezar com ela e ir embora mais cedo, você terá saído vitorioso da batalha. Quando você a leva, não a um bar ou a um clube, mas a uma igreja para rezarem juntos, você ganhou a batalha. É o pecado a razão última de relacionamentos e casamentos fracassados. Uma casa sem fundação sólida há de ruir por qualquer motivo. Mas uma casa cimentada em Cristo se manterá de pé para sempre.

Temos de lançar os nossos fundamentos em Cristo antes de nos entregarmos a outra pessoa. Uma de minhas citações favoritas diz mais ou menos o seguinte: “O coração de uma mulher deve estar tão perdido em Deus, que um homem deve primeiro procurar a Ele para então encontrar a ela”. Mas, se ela não for tão dedicada a Deus, o homem de verdade irá conduzi-la para perto dele. 

Nós, homens, precisamos ter disciplina para permanecer firmes contra o pecado e a tentação, e sabedoria para saber que falharemos algumas vezes. Quando tivermos essa consciência e sabedoria, então poderemos travar batalha contra Satanás pelo coração de uma mulher.

Lutemos pela santidade!

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