O ativismo ideológico da imprensa brasileira se tornou algo vergonhoso. A empulhação e a desonestidade passou a ser regra nas redações da chamada "grande mídia". Após quase cem anos, as palavras de G.K. Chesterton ainda permanecem atuais: "o jornalismo é popular, mas é popular principalmente como ficção. A vida é um mundo, e a vida vista nos jornais é outro". E a mais nova ficção orquestrada por esses jornalistas é a chamada "cura gay", proposta aprovada nesta terça-feira, 18/06, pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
Apesar do infame apelido, o Projeto de Decreto Legislativo 234/11, de autoria do deputado João Campos (PSDB), não pretende criar nenhuma rede de tratamento psiquiátrico ou psicológico para "cura" dos homossexuais. Isso está fora de cogitação. O objetivo do Projeto é tornar sem efeito o Parágrafo Único do Artigo 3º e todo o Artigo 4º da Resolução 1/99 do Conselho Federal de Psicologia. Leia o que diz o projeto:
Art. 1º Este Decreto Legislativo susta o parágrafo único do Art. 3º e o Art. 4º, da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1/99 de 23 de Março de 1999.
Art. 2º Fica sustada a aplicação do Parágrafo único do Art. 3º e o Art. 4º, da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1/99 de 23 de Março de 1999, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual.
Art. 3º Este decreto legislativo entra em vigor na data de sua publicação.
Ora, e quais são esses artigos da Resolução que podem ser sustados pelo PL 234/11? Veja:
Parágrafo único – Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.
Art. 4° – Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.
Como se percebe, os parágrafos acima são claramente abusivos, pois não somente impedem o profissional de exercer sua pesquisa conforme linha acadêmica adotada, mas condenam a pessoa com tendência homossexual a ter de enfrentar seu drama sozinha, caso queira viver a sexualidade de maneira casta e sadia. A Resolução do Conselho Federal de Psicologia cai naquela presunção infundada e humilhante - conforme recorda a Congregação para Doutrina da Fé - de achar "que o comportamento homossexual das pessoas homossexuais esteja sempre e totalmente submetido à coação e, portanto, seja sem culpa". É um ataque frontal aos direitos humanos, uma vez que "também às pessoas com tendência homossexual deve ser reconhecida aquela liberdade fundamental, que caracteriza a pessoa humana e lhe confere a sua particular dignidade" (n. 11).
O Catecismo da Igreja Católica, assim como a própria pesquisa científica acerca das razões da homossexualidade, indica que a "sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada". Ademais, apoiando-se na Sagrada Tradição, reconhece que "um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas" (Cf. CIC 2357). A doutrina não trata o homossexualismo como uma patologia, mas como atos profundamente desordenados, pois contrários à lei natural da sexualidade humana e fechados ao dom da vida, do mesmo modo que a masturbação. A Igreja apenas convida essas pessoas - e as demais - à união com Deus e a viver a castidade.
Quando o Conselho Federal de Psicologia impede os psicólogos de ajudarem os homossexuais que, de livre vontade, desejam escapar do mundo escorregadio da cultura gay, ele simplesmente os sepulta à condição sexual promíscua e de risco à saúde própria deste universo. Vale a pena lembrar que o mesmo órgão que eles evocam para dizer que a homossexualidade não é uma doença, ou seja, a Organização Mundial da Saúde, é o órgão a afirmar que o risco de homossexuais contraírem AIDS é 20 vezes maior que o do restante da população. Além disso, segundo um estudo publicado pela revista médica The Lancet - uma das mais importantes publicações científicas na área - o sexo entre homens é um sério fator de risco para o câncer anal e doenças sexualmente transmissíveis.
Não, a Igreja não considera a pessoa com tendência homossexual um doente, muito menos pretende curá-la. Mas faz um convite sincero à castidade e à vivência da genuína sexualidade humana, pois, como Mãe e Mestra da Verdade, não pode assistir passivamente à miséria do filho, apesar dos murmúrios do mundo. Ao contrário do Conselho Federal de Psicologia, a fé católica reconhece o livre arbítrio de cada indivíduo e a sua capacidade de escolha. E é por isso que ela sempre estará com as mãos estendidas e as portas abertas para todos aqueles que, como o filho pródigo, quiserem encontrar refúgio na casa do Pai, pois só nesta fonte eles serão capazes de encontrar a felicidade.
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