SIECUS. É a sigla em inglês para Conselho de Informação e Educação Sexual dos Estados Unidos, fundado em 1964 pela dra. Mary S. Calderone. A organização é uma das responsáveis pela implantação da chamada "educação sexual" nos currículos escolares. Dra. Calderone, que por vários anos havia exercido o cargo de diretora médica da Federação Internacional de Paternidade Planejada (IPPF), decidiu criar a instituição a partir de sua experiência com os programas de controle da natalidade. Na visão da médica, era preciso dar um passo além da mera prevenção da gravidez.
A "educação sexual" consiste basicamente na formação de adolescentes por meio de palestras sobre masturbação, relações sexuais, homossexualismo etc., como também na distribuição gratuita de preservativos e outros métodos contraceptivos artificiais. A apologia é clara. Na cartilha "Carderno das coisas importantes", idealizada pela Unicef, lê-se, entre outros absurdos, a seguinte nota para masturbação: "É normal e permite um maior conhecimento do corpo".
A página oficial da SIECUS, por sua vez, empreende uma raivosa campanha contra o financiamento de programas voltados para a abstinência até o casamento. Ela protesta: "Defendemos o fim do financiamento federal desses projetos, e ajudamos educadores e pais a manter esses programas nocivos fora de suas escolas".
Não importa se Edward Green, diretor do projeto de pesquisa e prevenção da AIDS da Escola de Saúde Pública de Harvard, deu razão ao Papa Bento XVI no combate contra as doenças sexualmente transmissíveis [1]. Não importa se Uganda conseguiu diminuir consideravelmente o número de soropositivos no país graças ao incentivo à abstinência e à fidelidade conjugal [2]. Eles querem sexo.
Duas coisas explicam essa atitude. A indústria dos contraceptivos é altamente lucrativa. O laboratório farmacêutico Schering-Ploug, uma das maiores indústrias de contraceptivos do mundo, teve, em 2008, uma receita líquida de 291 milhões de dólares. O Método de Ovulação Billings não tem custo.
Ademais, a disseminação dos anticoncepcionais, sob a falsa ideia de "sexo seguro", faz com que o número de pessoas sexualmente ativas aumente, sobretudo entre os jovens. Dados do IBGE revelam que a porcentagem de adolescentes grávidas subiu ano após ano, na década de 1990, tendo uma leve queda recentemente [3]. Foi precisamente na década de 1990 que se iniciaram os programas de "educação sexual". Todo mundo sabe que a camisinha não é cem por cento segura. Todo mundo sabe que sexo tem a ver com gravidez. Todo mundo sabe que, para os paladinos da anticoncepção, gravidez tem a ver com aborto. Dra. Mary S. Calderone foi a diretora médica da IPPF, a multinacional do aborto, antes de fundar a SIECUS. O círculo é vicioso e bastante rentável.
Em 2009, durante o voo que o levaria para Camarões, o Papa Bento XVI teve de responder à espinhosa pergunta sobre o combate à aids na África [4]. Eis a resposta:
Penso que a realidade mais eficiente, mais presente em primeira linha na luta contra a SIDA é precisamente a Igreja Católica, com os seus movimentos, com as suas diversas realidades. Penso na Comunidade de Santo Egídio que faz tanto, de modo visível e invisível também, na luta contra a SIDA, nos Camilianos, em muitas outras realidades, em todas as irmãs que estão à disposição dos doentes...
Diria que não se pode superar este problema da SIDA só com dinheiro, mesmo se necessário; mas, se não há a alma, se os africanos não ajudam (assumindo a responsabilidade pessoal), não se pode superá-lo com a distribuição de preservativos: ao contrário, aumentam o problema. A solução pode vir apenas da conjugação de dois factores: o primeiro, uma humanização da sexualidade, isto é, uma renovação espiritual e humana que inclua um novo modo de comportar-se um com o outro; o segundo, uma verdadeira amizade também e sobretudo pelas pessoas que sofrem, a disponibilidade à custa até de sacrifícios, de renúncias pessoais, para estar ao lado dos doentes. E estes são os fatores que ajudam e proporcionam progressos visíveis. Diria, pois, que esta nossa dupla força de renovar o homem interiormente, de dar força espiritual e humana para um comportamento justo em relação ao próprio corpo e ao do outro, e esta capacidade de sofrer com os doentes, de permanecer presente nas situações de prova. Parece-me que esta é a resposta justa, e a Igreja faz isto e deste modo presta uma grandíssima e importante contribuição. Agradecemos a todos aqueles que o fazem.
Foi o fim do mundo! A tão alardeada defesa do diálogo e do pluralismo de ideias sumiu do mapa. A Organização das Nações Unidas reclamou: "O preservativo é essencial na prevenção" [5]. A este posicionamento somaram-se os governos da França, Espanha e Bélgica. A senhora Europa que, devido à aderência a essa política de controle da natalidade, padece a pior implosão demográfica do planeta. Mas o lucro vale mais que a verdade. Agora, colhem-se os frutos.
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