Este testemunho foi recebido por nosso site no dia 6 de setembro de 2017. A sua autora, que prefere não ser identificada, faz um breve relato de toda a sua vida à luz de um bonito comentário de Santo Agostinho às três ressurreições que Cristo opera nos Evangelhos — e que o Padre Paulo Ricardo já utilizou, inclusive, em uma homilia do site.

É muito comum ouvir da boca de alguns irmãos, principalmente de igrejas protestantes, que “na Igreja Católica não existem milagres”. Ao ler este testemunho, no entanto, todos podem ver como a graça de Deus realmente continua a operar milagres através de sua Igreja, de seus sacerdotes e de seus sacramentos, sendo o maior desses milagres a salvação das almas. De nada vale, de fato, curar enfermidades, obter prosperidade econômica ou até mesmo levantar defuntos, sem a graça santificante, que conduz à vida eterna.

Leiam todos este testemunho, portanto, e contemplem a maior obra de Deus, maior do que o céu e a terra mesmos: a justificação de uma alma.


Nasci em berço católico, tendo por mãe uma pessoa muito devota à Nossa Senhora e à Santa Igreja. Por esse caminho, apesar de passar por épocas de maior ou menor intensidade na fé, aos 19 anos de idade morri pela primeira vez. A notícia da morte do meu pai, num trágico acidente automobilístico, fez com que eu virasse as costas para Deus. Não entendia como Ele podia ter permitido que uma mulher ficasse viúva aos 36 anos de idade, com 4 filhas para criar; não entendia como Ele poderia permitir que suas filhas crescessem sem a presença daquele pai que era a alegria dos nossos dias, apesar de todas as suas dificuldades; não queria entender que poderia haver um propósito para aquela morte tão triste.

Definitivamente não queria saber de Deus, não podia nem mesmo ouvir nada a respeito, meu único objetivo era viver dali em diante fazendo o possível para que nada mais de ruim acontecesse. Tornei-me uma pessoa controladora e fiz do pecado o meu projeto de vida. Durante os próximos dez anos vivi no mundo e para o mundo. Gostava de beber, de fumar, de sair com os amigos, andei em más companhias, fiz coisas que me envergonham até hoje. Desumanizei-me por completo. Em meu coração não havia lugar para a bondade, para o próximo, não pensava profundamente em mim mesma, apenas em meu próprio prazer. Essa foi a minha primeira morte. Durante muito tempo estive no túmulo, feito Lázaro, putrefata pelo pecado no corpo, na alma, cheirando mal, exalando egoísmo e revolta. Porém, o Senhor não me abandonou e me ressuscitou por meio de uma gravidez. Sim, engravidei e vi claramente que aquele acontecimento iria mudar a vida por completo. E mudou.

Jesus me chamou para fora do túmulo, ao dar-me uma nova vida para cuidar. Abandonei a vida de pecados gravíssimos (notem bem o “gravíssimos”) para ser mãe, passei a ser devota de Jesus Misericordioso, voltei a frequentar a Santa Missa, mas não tinha coragem de enfrentar a confissão. Passei dez anos sem me confessar verdadeiramente e quando o fazia era por convenção, nunca abrindo de fato o meu coração ao Jesus ali presente e, embora uma grande mudança já tivesse se operado em mim, eu ainda não estava viva.

Foi quando Jesus me ressuscitou pela segunda vez. Anos depois do início e do esfriamento dessa minha nova vida — pois sabemos que quem não progride, regride, nunca fica somente estacionado —, um fato externo ocorreu que mudou todo o meu mundo novamente. Fui despedida de um bom emprego que tinha. Eu tinha segurança financeira, prestígio e reconhecimento. Fui despedida. Também fui humilhada, excluída, cobrada, esquecida. Deus estava me ressuscitando dos pecados cometidos publicamente, como nos mostra ao ressuscitar o filho da viúva de Naim, que recebeu o milagre enquanto seu cortejo rumava para o cemitério.

A partir desse novo milagre, ou dessa nova chance de Deus, como quiserem chamar, percebi que eu não tinha mais para onde fugir, que precisava encarar-me e decidir de uma vez por todas o que faria da minha existência. Foi quando o senhor, Revmo. Padre Paulo Ricardo, entrou em minha vida.

Minha mãe, como eu já disse, sempre fora uma mulher de muita oração e dedicação à Santa Igreja. Ela mesma já havia desistido de me fazer enxergar a Verdade, então já fazia algum tempo que estava pedindo a Deus que, já que eu não a ouvia, que o Senhor colocasse em meu caminho pessoas que me apontassem o reto caminho. E o Senhor ouviu as suas preces. Por meio de um amigo, soube da existência desse sacerdote que não tinha medo de dizer a Verdade e que certamente ele conseguiria me fazer vencer a resistência que tinha para com a Igreja.

Ao ouvir a primeira palestra do senhor, Padre, eu soube que jamais deixaria de o seguir. Foi a palestra “Pluralismo religioso, não me esqueço do que senti, de como o meu coração ardeu ao ouvir aquelas palavras cheias de autoridade e de amor. A partir desse dia, pus-me a ouvir todas as palestras que pude encontrar na internet (afinal, eu tinha tempo, pois estava desempregada). Minha mãe, ao saber de meu súbito interesse pelo Padre Paulo Ricardo, deu de ombros e disse: “Já conheço esse padre há tempos”. (Eu achando que estava indo com o milho, mas minha mãe já estava voltando com a pipoca.)

Por causa dos seus vídeos, Padre, eu conheci pessoas que me mostraram a Igreja, que me ensinaram a amar, o valor de uma amizade, como sempre é tempo de recomeçar. Finalmente consegui me confessar de verdade e fui realmente perdoada por Deus de todas as ofensas que eu havia cometido. Estava viva!

Conheci a espiritualidade carmelitana e identifiquei-me muito com Santa Teresa de Jesus, na praticidade de suas ações, firmeza em decisões difíceis, mas estava (e ainda estou) muito longe de sua santidade. Porém, essa nova amiga me abriu um novo horizonte de possibilidades. Passei a fazer parte de um grupo que luta pela vida e família, tornou-se um apostolado, graças também aos seus ensinamentos, Padre.

Mas a obra de Deus ainda não havia terminado. No ano passado, tive uma crise de depressão e ansiedade que novamente puxou o tapete da minha vida tão “organizada”. Dessa vez, não encarei como desconfiança e em nenhum momento duvidei que aquela era a vontade de Deus e que eu deveria tirar algo bom de todo aquele sofrimento.

Estar internada numa clínica psiquiátrica é uma experiência ímpar. Logo que entrei e a medicação começou a fazer efeito, eu pude observar as pessoas que lá estavam. Em sua maioria, pessoas solitárias, sem sentido para as próprias existências. Então, olhei para mim mesma, talvez como nunca tivesse feito antes, e percebi que meu lugar não era ali. Eu não estava louca, mas, como todos os loucos dizem isso, tive de ter paciência e aguentar por quinze dias. Foi um tempo de muita reflexão, de encontro comigo mesma. O que me diferenciava daquelas outras pessoas, é que eu sabia que eu tinha um sentido para a minha vida: Deus, minha filha, minha família, meu apostolado, enfim... Tenho o que resta da minha vida para correr atrás da salvação da minha alma. Era uma certeza tão forte e por isso foi tão difícil ter de ficar lá.

Porém, eu estava doente, de fato, depressão e ansiedade não se curam assim, do dia para a noite. Mais uma vez o Senhor veio em meu socorro. Deu-me patrões bons, verdadeiros pais, que tudo fizeram e fazem para me ajudar. Deu-me uma família que me acolheu e tem me incentivado a melhorar cada dia mais. Deu-me amigos e mais amigos que me socorrem de todas as formas.

Nesta fase, fiz outra amiga do Céu, Santa Teresinha do Menino Jesus. Ela se tornou leitura obrigatória, amizade cuidada com todo empenho. Passei a amá-la e pude entender a sua linguagem; restava-me apenas uma coisa: ordenar a minha vida de oração, tema que o Padre Paulo Ricardo tem abordado constantemente. Fiz os cursos “Ensina-me a orar”, “Caminho de Perfeição”, e com a ajuda de outra amiga fui orientada a colocar na prática. Deus é bom.

Neste ano, no dia 17 de agosto, foi aniversário da morte do meu pai. Fui à missa, como de costume, coloquei seu nome na intenção para que a assembleia rezasse pela alma dele e pus-me também a rezar, a lembrar-me dele. Então, senti como se um raio atingisse em cheio o meu coração. Deus me mostrou claramente que, apesar de eu ter confessado, ainda estava lá arraigado um ódio a Deus, por tudo que eu havia passado, pelas escolhas erradas que eu fizera ao longo da vida, por tanta dor e sofrimento que minha família passou. Sim, bem lá no fundo da minha alma eu ainda rejeitava a Deus. Eu estava morta como a filha de Jairo, que representa aqueles pecados mais íntimos, guardados no fundo da alma.

Mas, como Ele é bom e quer nos salvar, naquele mesmo dia haveria confissões, imediatamente me dirigi para a fila e ao estar diante de Jesus no confessionário, acusei-me, pois era verdade, acusei-me como nunca fizera antes. E depois de um choro libertador, recebi o perdão.

Estou agora verdadeiramente em paz, dedicando-me cada dia a aprofundar-me na vida de oração, na amizade com Jesus. E o senhor, Padre Paulo Ricardo, foi instrumento dele em todas essas ressurreições. Não fosse o seu apostolado, a sua dedicação, a sua busca pela santidade para me inspirar, me mostrar que posso ser melhor por amor a Deus, ainda estaria na vida de pecado. O meu muito obrigada e todas as orações para o senhor.

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