Meu nome é Júnior Luís França Casagrande, sou professor de História, tenho 30 anos, moro em Parobé-RS e venho por meio deste texto contar meu testemunho de conversão à fé católica.
Tive a sorte de nascer em um lar católico. Fui batizado ainda nos primeiros meses de vida em Sapiranga-RS, que também é minha cidade natal. Minha família não era grande conhecedora das verdades da fé; todavia, tenho algumas vagas lembranças da minha infância: tínhamos uma linda imagem de Nossa Senhora Aparecida, à qual lembro que, de vez em quando, prestávamos veneração. Também lembro que, desde pequeno, aprendi com minha mãe as orações do Pai Nosso e da Ave-Maria, além de irmos à Missa nos domingos.
Todavia, como eu disse, não éramos profundos conhecedores das verdades básicas do catolicismo (aliás, problema que infelizmente é cada vez mais comum, dada a pouca instrução que muitos católicos brasileiros têm sobre a sua fé). Ainda na infância, quando eu tinha por volta de 8 anos, abandonamos a Igreja Católica e passamos (eu e minha mãe) a frequentar uma igreja evangélica. Lembro que uma das primeiras coisas que aprendi nessa nova comunidade foi a menosprezar a Virgem Maria. Claro que não foi exatamente com essas palavras. Na verdade, não lembro bem as palavras exatas usadas porque isso ocorreu há mais de 20 anos, mas o sentido era mais ou menos esse. Além, é claro, de toda a “cultura iconoclasta”, houve uma pregação em que o pastor chegou a dizer que atrás de cada imagem tinha um demônio. Como ainda era uma criança, eu absorvia tudo aquilo que estava aprendendo e achava que era a verdade, a doutrina correta.
Aos 14 anos fui “rebatizado” junto com meu pai. Naquela época (há cerca de 15 anos), estávamos frequentando uma das muitas Assembleias de Deus espalhadas pelo país, onde era muito forte a questão dos usos e costumes (os homens não podiam usar bermudas, não podiam ter barba, nem jogar futebol, por exemplo), além de o uso da televisão não ser recomendado também. A essa altura do campeonato eu já havia tido contato de forma muito vaga com outras teologias protestantes, como a adventista, mas permaneci na Assembleia de Deus, ainda que a questão de guardar o sábado ainda me deixasse um pouco confuso.
Conforme os anos foram passando, aos poucos, fomos deixando de lado a questão dos usos e costumes. O que prevalecia e continuou por muito tempo ainda foi o sentimento antirromano que alimentávamos. Para mim, era muito claro que os católicos não estavam salvos, nem eram cristãos, e que precisavam se converter para ser salvos. Aliás, em muitas reuniões de “evangelismo” de que participei, lembro muito bem que eram ensinadas estratégias para “converter os católicos”. Hoje, quando vejo os protestantes fazerem isso, não os julgo pois, afinal, eu também fui um deles e fazia o mesmo! Eu achava que estava fazendo o certo, que estava levando a fé verdadeira aos menos esclarecidos. E a maioria dos que fazem isso, creio que tem boas intenções. Claro que isso não justifica suas atitudes, mas as explica.
Durante esse período, eu estava muito envolvido com as atividades da igreja protestante. Participei de coral, grupo de evangelização, missões, teatro, grupo de oração, por vezes até ajudava a fazer cultos, programas de rádio e pregações. Para mim, a fé deveria ser vivida intensamente e, aliás, preciso admitir que, nesse ponto, na maioria das vezes nossos irmãos protestantes levam vantagem sobre os católicos.
Assim como em outras áreas da vida, na fé também temos altos e baixos, e comigo não foi diferente. Principalmente no final da minha adolescência e início da juventude, minha fé começou a “balançar”. Afinal, eu havia crescido praticamente sem nenhum envolvimento com festas, bebidas etc., o que foi bom, mas em determinado ponto da vida eu tive curiosidade de experimentar essas coisas. Não demorei a perceber, todavia, que aquilo não era para mim. Aquela vida desregrada e de culto aos prazeres não trazia felicidade nem sentido para a minha existência. Então, após participar de um culto na Igreja do Evangelho Quadrangular, decidi voltar a viver aquela fé intensa que eu havia nutrido na maior parte da minha vida. É importante frisar que, pouco tempo antes disso, eu cheguei a “namorar” bem de longe o ateísmo, quando iniciei a faculdade de História.
Mas enfim, como membro da Igreja Quadrangular, não demorou muito para eu voltar a exercer diversas funções e ajudar nos cultos e atividades da igreja. A essa altura do campeonato, meu conhecimento sobre Teologia era mínimo; todavia, em meu íntimo eu já fazia silenciosamente alguns questionamentos religiosos. Um deles era com relação à multiplicidade de denominações evangélicas, com as mais variadas doutrinas e liturgias. Eu havia aprendido, na escola e na faculdade, que o protestantismo surgiu a partir dos protestos do monge Martinho Lutero contra os abusos da Igreja por volta de 1500; porém, eu sempre me perguntava: se Lutero estava certo, por que não o seguimos? Afinal, não é novidade para ninguém que as igrejas evangélicas ensinam coisas muito diferentes do que ensinava o pai da Reforma. Normalmente, justificava-se que as diferenças eram em questões de menor relevância e que éramos unidos no amor de Cristo. Mas, na prática, nem sempre era isso que eu via. Cansei de ver membros e obreiros de uma denominação serem repreendidos por visitarem outra denominação. Além do que, se as diferenças são em questões pouco importantes, por que elas são motivo de divisão? (Sendo que, na oração sacerdotal, Nosso Senhor Jesus Cristo disse que o desejo do Pai era que todos fossem um, como Ele e o Pai eram um.) Assim, diversos outros temas, que eu precisaria de um livro inteiro para tratar, foram aos poucos causando-me inquietação e deixando perguntas sem resposta. A questão do divórcio e de um novo matrimônio, por exemplo, era algo com o qual eu nunca concordei, embora fosse permitido nas igrejas que frequentei. Como fica o texto bíblico segundo o qual aquele que deixa sua mulher e se casa com outra comete adultério?
Nesse meio tempo, eu comecei a assistir (no começo, cheio de preconceito) aos vídeos do Padre Paulo Ricardo. Lembro, como se fosse hoje, que certa feita eu fui assistir a um vídeo a fim de refutá-lo, mas não consegui de jeito nenhum me contrapor àquilo que eu havia escutado. Eu cheguei a rezar, enquanto me dirigia a um culto protestante, pedindo a Deus que me levasse para a fé verdadeira e que, se essa fosse a fé católica, assim acontecesse.
Passado isso, no final de 2017, embora eu ainda não estivesse convencido da fé católica, a incompatibilidade que eu tinha com aquilo que era ensinado na Igreja Quadrangular tornou insustentável minha permanência nela. Nesse ínterim, eu havia conhecido pela internet diversos pregadores calvinistas — Paulo Junior, Augustus Nicodemus, Hernandes Dias Lopes, Sérgio Lima etc. Todavia, mesmo aprendendo muito com esses pregadores, não conseguia “engolir” o calvinismo. Era demais para mim crer que Deus havia predestinado algumas pessoas à salvação e, consequentemente, outras à condenação eterna. Comecei a frequentar então uma comunidade luterana, onde fui muito bem recebido e onde, ironicamente, comecei a me aproximar mais de Roma. Parecia que eu havia encontrado o meu lar! Afinal, estava em uma comunidade litúrgica, séria, sem aquelas campanhas malucas e cultos em forma de show. Além do que, o preparo filosófico e teológico dos ministros era excepcional.
Em 2018 e 2019, busquei intensamente ler e estudar as obras da Patrística, além de diversos tratados teológicos, vida dos santos e catecismos. Li o catecismo de Lutero, li o catecismo da Igreja Católica e, claro, continuei assistindo cada vez mais às aulas do Padre Paulo Ricardo. O preconceito que eu tinha com os católicos aqui já não mais existia. Eu ainda não concordava 100% com a doutrina católica, mas havia chegado à conclusão de que aquilo que antes eu pensava ser a Igreja, na verdade, era só um boneco que me havia sido apresentado. Tanto é que eu já estava até frequentando Missas de vez em quando.
Quanto mais eu lia, rezava, assistia a aulas e estudava, mais certeza eu tinha de que Jesus havia fundado uma única Igreja e, depois disso, não demorou muito para eu perceber qual era essa Igreja. Foi entre 2019 e 2020 que doutrinas fundamentais do protestantismo, como a Sola Scriptura e a Sola Fide tornaram-se insustentáveis para mim. Além disso, tinha a confirmação cada vez mais clara das doutrinas católicas sobre a presença real de Cristo na Eucaristia, sobre a confissão auricular, sobre os sete sacramentos, sobre a sucessão apostólica, sobre o primado de Pedro etc.
No começo deste ano, procurei o pároco da comunidade aqui de Parobé para conversarmos. Eu ainda não estava totalmente decidido e achei interessante ter esse diálogo. O padre me recebeu muito bem e em nenhum momento falou mal da igreja protestante. Ele ouviu-me, respondeu algumas dúvidas e disse que as portas estavam sempre abertas quando eu quisesse conversar, e que não iria me pressionar para eu tomar a decisão de ser católico...
Por fim, no dia 31 de maio de 2020, domingo de Pentecostes, fiz minha profissão de fé na Paróquia São João Batista, na qual tive padrinhos solícitos e fui muito bem acolhido pelos padres. Hoje, estou me preparando para receber o sacramento do Crisma e estou cada dia mais feliz e realizado [*].
Antes de encerrar este testemunho, preciso dizer que, em todo esse tempo, fui guiado por Nossa Senhora Aparecida, minha Mãe, minha Rainha, aquela que intercedeu por mim mesmo quando eu orgulhosamente a desonrava. A recitação do Santo Terço em plena Sexta-feira Santa fez cair por terra todo o preconceito que eu ainda tinha com Nossa Senhora e me fez admitir o quão cristocêntrica é esta devoção.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Salve Maria Santíssima!
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Parabéns pelo seu testemunho meu irmão em Cristo temos muito em comum no testemunho fiquei feliz em ler um testemunho que eu possa também ter a sua coragem e falar sobre meu testemunho.
Que a Paz de Cristo esteja sempre com você eo Amor de Maria permaneça cada vez mais em seu coração.
Abraço
Que Deus abra a mente de nossos irmãos protestantes, para enxergarem a verdade. 🙏
Louvado seja Deus 🙏🏼 e desejo que todos se convertam a igreja de Cristina
Belíssimo testemunho
💖💖💖
Um testemunho muito forte! Que mais e mais irmãos de outras denominações estejam unidos conosco, nesta via crucis rumo à santidade, com o auxílio amoroso da nossa Mãe Maria Santíssima!
Bom dia,eu nasci numa familia protestante,mas desde de pequena fui atraida pela igreja catolica,e ficava muito confusa de qual era a igreja verdadeira,e sempre me pegava conversando com Deus ,de qual era a verdadeira igreja Dele aqui na Terra,pq eu sabia que tinha uma so igreja,e as protestantes sao confusas pq ,cada igreja tem uma doutrina.Entao um dia tive um encontro com nossa senhora e comecei a me aprofudar na historia da igreja, ai nao tive mais duvidas,que a igreja catolica é a unica ,e tambem percebo que esse desprezo por nossa senhora que nos é ensinado pelas igrejas protestantes,vem do demonio para nao enxergamos a verdade.E é incrivel que quem vem da igreja protestante ,nesmo que aceite a igreja catolica só se aproxima de Jesus no santissimo sacramento depois de ter um encontro com a mae do ceu.Hoje nao troco a igreja catolica por nada nesse mundo.E ensino os meus filhos a amar muito Nossa Senhora,pq so assim adoramos a Jesus perfeitamente.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo. É lindo ser católico.
Que lindo. Um belo testemunho de fé.
Parece-se bastante com minha história. Eu a descontava e Ela me salvou de mim mesma. ⚜️💙🙏🏻
Que Deus o abençoe infinitamente!
Que benção você voltar e descobrir a verdadeira religião fundada por Jesus Cristo. Seja bem vindo. Deus te abençoe.
Que lindo depoimento..