Quando digo às pessoas que sou uma ex-feminista, algumas parecem ficar chocadas e ofendidas, como se eu estivesse sugerindo que o mundo não é redondo. Outras ficam com uma expressão de alegria no rosto, como se estivessem pensando: “Oh, como é maravilhoso saber que outra pessoa pensa da mesma forma que eu!”
Certamente não me oponho a que as mulheres façam faculdade, nem acho que elas devam ser proibidas de realizar seus sonhos, sejam eles a maternidade, a medicina ou a meteorologia. No entanto, como alguém que viveu a agenda feminista por muitos anos, posso atestar que dar às mulheres mais acesso à educação e à carreira profissional é apenas a ponta do iceberg feminista. Se você cavar um pouco mais fundo, encontrará uma série de mentiras desoladoras.
Levei anos para identificar a primeira mentira. Embora tivesse sido criada numa família católica conservadora, abandonei a fé e os meus princípios morais no primeiro ano da faculdade. Quando estava na pós-graduação, o Movimento de Libertação Feminina estava em plena atividade no campus, e um dos slogans era o “amor livre”. A expressão não tinha nada a ver com a realidade do comportamento, que envolvia sexo sem amor com estranhos, como se fosse apenas mais uma atividade comum.
Como feminista iniciante, acreditei na noção equivocada de que sexo casual não era prejudicial aos homens e, portanto, deveria ser perfeitamente aceitável para as mulheres também. Afinal, as feministas estavam empenhadas em nivelar as relações entre homens e mulheres, o que significava desmantelar tradições como o casamento e o compromisso e, nesse processo, incentivar as mulheres a imitar o comportamento masculino.
Ter relações íntimas com homens que eu mal conhecia, e tentar fingir que não desejava um relacionamento — ou mesmo outro encontro —, era emocionalmente doloroso, mas eu me convencia de que as minhas emoções acabariam mudando. Apesar de as minhas amigas e eu continuarmos a ficar com o coração partido, não chegávamos à conclusão óbvia: o feminismo estava completamente errado.
As mulheres foram criadas por Deus para associar o sexo ao compromisso e ao amor, pois sabemos, no fundo do nosso coração, que um bebê é a finalidade óbvia da intimidade sexual. Como eu era ingênua demais para enxergar a mentira, concluí que precisava dar mais tempo à nova experiência e que, eventualmente, alcançaria a verdadeira “libertação”.
Também fui apanhada na teia da segunda grande mentira do feminismo, que decorre diretamente da primeira. As feministas estão bem cientes de que o sexo casual pode levar à gravidez, mesmo quando um casal usa contracepção. Simplesmente não existe nenhum dispositivo ou produto químico que possa garantir completamente que o sexo não resultará em gravidez.
As feministas, no entanto, não veem esse fato óbvio como uma boa razão para evitar o sexo antes do casamento. Em vez disso, em sua tentativa contínua de quebrar o vínculo estabelecido por Deus entre sexo e bebês, elas propõem outra “solução”, que levou à morte de milhões de inocentes desde que o aborto foi legalizado.
Tragicamente, eu fui uma das mulheres que acreditou nessa mentira. Eu realmente achava que a liberdade da mulher para estudar ou seguir uma carreira era mais importante que o direito de um bebê inocente nascer. Então, quando descobri que estava grávida, mas solteira, escolhi o que considerava ser uma solução simples. Em todos os artigos feministas que li — e foram muitos —, não havia nenhuma menção às repercussões emocionais que muitas vezes acontecem quando uma mulher realiza um aborto.
Marquei uma consulta numa clínica feminista, entrei e assinei a papelada. Na minha cabeça, o que estava prestes a acontecer era tão natural quanto uma extração dentária. O que eu não percebi era que estava prestes a experimentar o primeiro rasgo na minha armadura feminista, porque o “procedimento”, como eu o chamava, foi terrivelmente doloroso, física e emocionalmente.
Na verdade, quando saí da clínica naquele dia, senti um grande alívio porque o “problema” imediato fora resolvido. Eu só não imaginava que, nos anos seguintes, teria que enfrentar problemas muito mais sérios, pois minhas emoções femininas reagiram com horror e arrependimento ao que realmente havia acontecido naquele dia.
Comecei a ter recordações e pesadelos. Quando via um bebê num centro comercial, sentia lágrimas escorrendo pelos meus olhos. Também me sentia terrivelmente sozinha, porque mesmo as minhas amigas feministas, muitas das quais certamente haviam passado pelo mesmo “procedimento”, evitavam cuidadosamente qualquer menção aos seus próprios abortos.
Com o passar dos anos, fui tomada por um arrependimento amargo e interminável. Independentemente do que as especialistas feministas afirmassem nos artigos acadêmicos que produziam, a verdade tornou-se evidente: eu havia eliminado uma vida e nunca conseguiria superar aquilo.
Quando voltei para a Igreja Católica aos quarenta anos, finalmente me libertei das muitas mentiras do feminismo. Percebi que é impossível dizer-se a favor das mulheres e, ao mesmo tempo, ser contra os bebês. Percebi que, de acordo com a estratégia feminista, as grandes perdedoras são as crianças. E foi somente com uma compreensão madura do catolicismo que descobri o que significa defender as mulheres de uma forma bela e sensata.
Olhar para uma imagem de Maria, contemplando com amor o Menino Jesus em seus braços, revela a verdade que vence, de uma vez por todas, as mentiras do feminismo. Existe uma ligação profunda e duradoura entre mãe e filho — e tirar bebês de suas mães gera resultados devastadores para ambos.
Encontrei o perdão no sacramento da Confissão e, finalmente, experimentei a cura emocional por meio de um ministério católico chamado “Tratamento e cura pós-aborto”. [1] No entanto, as profundas cicatrizes deixadas pelo feminismo nunca desaparecerão completamente.
Se eu pudesse voltar atrás no tempo, deixaria aquele bebezinho crescer... Como milhões de outras mulheres que se arrependem de ter abortado, eu daria tudo para poder contemplar o rostinho do meu precioso filho, que nunca viu a luz do dia.

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