Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 23, 23-26)
Naquele tempo, disse Jesus: Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós pagais o dízimo da hortelã, da erva-doce e do cominho, e deixais de lado os ensinamentos mais importantes da Lei, como a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vós deveríeis praticar isto, sem contudo deixar aquilo. Guias cegos! Vós filtrais o mosquito, mas engolis o camelo. Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós limpais o copo e o prato por fora, mas, por dentro, estais cheios de roubo e cobiça. Fariseu cego! Limpa primeiro o copo por dentro, para que também por fora fique limpo”.
É com grande alegria que celebramos hoje a memória de S. Mônica. A vida desta piedosa mãe, modelo de esposa católica, permite-nos recordar com que providencial sabedoria Deus se serve das criaturas para produzir os efeitos que deseja. No caso de S. Mônica, foram as orações, lágrimas e penitências de um amor, não só materno, mas sobretudo cristão, infundido como dom divino infinitamente superior às forças e capacidades humanas, que o Senhor quis utilizar para dar à Igreja um bispo e Doutor da estatura de Agostinho. Dos 56 anos a que se resume sua curta vida, Mônica passou 32 deles rezando e chorando pela conversão do filho, entregue por toda a juventude a uma vida de dissipações e graves pecados. Ao fim, Agostinho converteu-se, pois como haveria de perder-se, no dizer de S. Ambrósio, o filho de tão copiosas lágrimas? O Senhor bem poderia, é verdade, ter convertido Agostinho após a primeira oração da mãe; mas, se o tivesse feito, teríamos talvez um santo Agostinho, mas não uma santa Mônica, trabalhada e burilada na paciência, na perseverança, no sofrimento, na constância, na confiança no poder da graça divina, que nos dá inclusive o podermos merecer diante de Deus a conversão dos pobres pecadores. Porque Ele quer, sim, dar-nos os seus dons, mas quer também que lhos peçamos, que preparemos o nosso coração para receber, pelos meios já determinados, o que Ele espera conceder-nos. O Senhor queria, pois, fazer de Agostinho um grande santo, mas não sem lhe santificar também a mãe, educada pouco a pouco na escola da santa paciência. Que os dois, mãe e filho, intercedam hoje por nós e nos ensinem, por seu exemplo, a fazer bom uso da graça que recebemos, multiplicada em obras meritórias e incandescentes de amor divino.
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