Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 14, 12-14)
Naquele tempo, dizia Jesus ao chefe dos fariseus que o tinha convidado: “Quando deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos nem teus irmãos nem teus parentes nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa. Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.
No dia 2 de outubro de 1538, de pais nobres, porém virtuosos e cheios de piedade, nasceu S. Carlos Borromeu, do qual fazemos hoje memória com grande alegria e gratidão a Deus. Durante toda a sua infância e juventude, apesar do ambiente de nobreza no qual vivia, soube levar com inocência e piedade uma vida cristã autêntica, e mesmo quando precisou concluir seus estudos num ambiente mais paganizado como o de uma universidade, permaneceu incólume graças à ajuda da Bem-aventurada Virgem Maria e dos sacramentos da Confissão e da Eucaristia. Contudo, era só o início de uma vida toda entregue a Deus. Após doutorar-se em Direito civil e eclesiástico, quando o jovem Carlos possuía tão-somente 21 anos, foi criado Cardeal pelo seu tio, João Ângelo, que acabara de ser eleito Papa. Sem se deixar levar pela vaidade, mas, ao contrário, crescendo cada vez mais em humildade, piedade e no despojamento de si mesmo, trabalhou de modo admirável até abdicar de sua herança para entregar-se inteiramente a Deus como sacerdote, depois Cardeal Arcebispo de Milão. Antes, porém, de tomar posse da sua arquidiocese, lidou incansavelmente para pôr em prática as resoluções do Concílio de Trento, com o qual ele, mais do que todos, contribuiu. Assumiu por fim o rebanho que lhe foi confiado e, como homem de profunda oração e penitência, sabendo que estes são os maiores recursos de um pastor de almas, realizou uma reforma extraordinária em sua arquidiocese, cujo clero, infelizmente, encontrava-se corrompido e muito afastado do ideal de perfeição cristã que os Padres conciliares desejavam a todos os homens de Deus. Por ocasião da peste de 1576, S. Carlos Borromeu não abandonou suas ovelhas, mas com zelo ardoroso pela salvação das almas, assistiu seu povo em todas as suas necessidades. Sua vida, dedicada inteiramente à caridade para com Deus e o próximo, chegou ao fim com apenas — mas frutuosíssimos — 46 anos, no dia 4 de novembro de 1584. Que este santo extraordinário, fruto dulcíssimo das salutares reformas de Trento, interceda por todos nós e, de modo particular, pelos nossos bispos e sacerdotes, chamados, como ele o foi, a ser imagem limpa e imaculada de Nosso Senhor Jesus Cristo.
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