O assassinato brutal do padre francês Jacques Hamel, por dois agentes do Estado Islâmico, dentro de uma igreja católica e em pleno território europeu, acontecido no último dia 26 de julho, é ocasião propícia para recordamos um alerta que, dadas as circunstâncias em que nos encontramos hoje, tornou-se uma autêntica profecia.
O autor dela é o bispo católico Amel Shimoun Nona, responsável pela arquieparquia caldeia de Mossul, no Iraque. (Eparquias são as circunscrições eclesiásticas no Oriente, semelhantes ao que aqui chamamos de "dioceses". Os católicos caldeus rezam em outra língua, possuem uma tradição teológica e litúrgica diferente, mas estão unidos a Roma e pertencem plenamente à Igreja Católica.)
Há pouco menos de 2 anos, esse prelado iraquiano foi exilado de sua de sua terra e perdeu sua igreja para os combatentes do Estado Islâmico (EI). Em Mossul, onde ele é bispo, não há mais cristãos. Os poucos que ainda restavam fugiram todos, vítimas de perseguição religiosa.
Após a tomada de Mossul pelo EI, o jornal italiano Corriere della Sera entrevistou o bispo Amel Nona, exilado em Arbil, a 87 quilômetros de Mossul, e recebeu dele a seguinte e impressionante declaração:
" Os nossos sofrimentos de hoje são o prelúdio daqueles que sofrereis vós, europeus e cristãos ocidentais, no futuro próximo.
[...]
Perdi a minha diocese. O lugar físico do meu apostolado foi ocupado por radicais islâmicos que nos querem ou convertidos ou mortos. Mas a minha comunidade ainda está viva.
[...]
Por favor, procurai compreender-nos. Vossos princípios liberais e democráticos aqui não têm valor algum. É preciso que reconsidereis nossa realidade no Oriente Médio, porque estais acolhendo em vossos países um número sempre crescente de muçulmanos. Também vós estais em perigo. Devei tomar decisões fortes e corajosas, ainda que para isso devais contradizer vossos princípios. Vós pensais que os homens são todos iguais, mas não é verdade. O Islã não diz que os homens são todos iguais. Os vossos valores não são os deles. Se não o compreenderdes a tempo, tornar-vos-eis vítimas do inimigo que acolhestes em vossa casa."
Não se trata exatamente do que está acontecendo na Europa nos últimos dias? Quantos ataques já não foram realizados por terroristas islâmicos de 2014 até hoje? Quantas vítimas já não foram feitas, desde o atentado de 11 de setembro, pelos mesmos motivos, pelos mesmos atores e com as mesmas justificativas? Até quando perdurará a inércia das autoridades políticas ocidentais, incapazes de reagir efetivamente à altura aos sérios ataques de um grupo que sequestra, estupra e mata cruel e covardemente quem quer que se oponha a seu projeto político e religioso de domínio mundial?
Rezemos e convertamo-nos, enquanto é tempo, atentos aos apelos incessantes de Jesus nos Evangelhos e aos chamados de sua mãe, a Virgem Maria. "Os tempos são maus", disse Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Mas ela também prometeu a Santa Catarina Labouré: "Quando tudo parecer perdido, lá eu estarei convosco". Se a perseguição e a guerra se abaterem sobre nós, aferrados a Jesus e Maria, nada perderemos.
Sede, ó dulcíssimo coração de Maria, a nossa salvação!
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