"Um guarda estava forçando uma menina de 9 anos a ir com ele para o banheiro. Eu não podia suportar aquilo e briguei com ele. Ele disse que iria me matar. Eu disse: 'Eu não me importo em morrer por ela, só não a leve'. – Eles também estupraram a menina de 9 anos? – Sim. Ele disse: 'Em nossa religião, é permitido tomar uma menina de 9 anos'."
Sequestros violentos, abortos forçados e estupros coletivos. É o roteiro maligno que os combatentes do Estado Islâmico vêm seguindo e praticando com jovens meninas iazidis, uma minoria étnico-religiosa curda, no Iraque. Essas atrocidades foram narradas pelas próprias vítimas do ISIS, sobreviventes que conseguiram escapar das mãos de seus agressores e que, agora, querem contar ao mundo inteiro o que está acontecendo com o seu povo e com as suas famílias.
Primeiro, elas viram seus maridos, pais e irmãos serem cruelmente assassinados, bem à sua frente. Depois, foram vendidas a membros do Estado Islâmico, como se fossem animais. As que estavam grávidas eram obrigadas a abortar os próprios filhos para, depois, servirem como escrava sexual para os combatentes do ISIS. Uma das jovens chega a relatar que foi estuprada cinco vezes por dia.
As suas histórias estão documentadas em vídeo-entrevistas gravadas recentemente pela AMAR International Charitable Foundation, de Londres.
Munira, de 16 anos, conta que seus sequestradores "estupravam garotas da idade dos 6 anos até a idade adulta". Depois de ser violentada por vários deles, ela se sentia "devastada", sem falar das consequências físicas. "Por causa dos constantes estupros, eu sangrava e meu corpo agonizava. Eu chorava todos os dias. Eles diziam que a religião deles os instruía a fazer aquilo, a estuprar meninas iazidis".
Depois de ser vendida e estuprada repetidas vezes, Bushra, de 21, viu uma amiga cometer suicídio e decidiu fazer o mesmo. Ela foi impedida por seu "proprietário", que a levou para o hospital e disse que ele a estupraria naquele mesmo dia, não importasse o quanto ela se fizesse de doente. Efetivamente, quando voltaram do hospital, ele amarrou as suas mãos e os seus pés e estuprou-a mais uma vez. Bushra era abusada de cinco a seis vezes por dia, até o dia em que conseguiu escapar.
Noor, de 22 anos, tendo falhado em sua primeira tentativa de fuga, foi trancada por seu "proprietário" em um quarto de hotel com seis homens do ISIS. O seu castigo? Um "estupro coletivo".
A violação sexual é algo tão comum entre os membros do ISIS, que eles chegam a trazer os seus próprios médicos para examinar as reféns e realizar abortos nas que estão grávidas, a fim de que também elas sejam violentadas.
"Uma das minhas amigas estava grávida", conta Bushra. "Seu bebê tinha cerca de três meses na barriga. Eles a levaram para outro quarto. Havia dois médicos e eles fizeram o aborto". Os carniceiros deixaram a moça sangrando e com uma dor tão intensa que "ela não podia sequer falar ou andar".
A AMAR Foundation encerrou cada vídeo produzido com uma citação do profeta Maomé, fundador do Islã, pedindo um tratamento de respeito para com os não-muçulmanos.
Apesar disso, o especialista Robert Spencer, autor de 14 livros sobre a religião islâmica e criador do site Jihad Watch, diz que estupro e aborto forçado não estão muito longe da prática islâmica ao longo dos séculos. "Tomar mulheres não-muçulmanas como escravas sexuais está em total acordo com o Islã", ele diz. Os muçulmanos não só se permitem à poligamia, como podem ainda manter "mulheres cativas" para a própria satisfação sexual. Spencer faz notar que o primeiro exemplo vem do próprio Maomé, quando ele tomou a mulher de um dos seus inimigos mortos depois da batalha de Khaybar "e teve sexo com ela no campo de batalha mesmo".
O grupo terrorista da Nigéria, Boko Haram, tem seguido a mesma estratégia do Estado Islâmico nessa matéria: a regra para lidar com as mulheres é capturar, estuprar e vender.
A AMAR Foundation estima que ainda haja cerca de 5 mil mulheres nas mãos do Estado Islâmico.
Chega a ser torturante apenas imaginar o que estão sofrendo essas mulheres neste exato momento, vendo as suas famílias, a sua dignidade e as suas próprias vidas serem destruídas pelas mãos desses homens cruéis e impiedosos. É essa a "paz" que substituirá a religião cristã no Ocidente? Onde está a voz da mídia para denunciar essas atrocidades?
"Eu espero que vocês ouçam a minha história", termina Noor, uma das jovens sobreviventes do ISIS. "Imaginem se isso acontecesse com as mulheres e as filhas de vocês... O que vocês fariam?"
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