Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 9, 14-17)
Naquele tempo, os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão.
Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa e o rasgão fica maior ainda. Também não se põe vinho novo em odres velhos, senão os odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem. Mas vinho novo se põe em odres novos, e assim os dois se conservam”.
Celebramos hoje a memória de S. Isabel de Aragão, Rainha consorte de Portugal. Embora no Brasil haja pouca devoção a esta santa, é muito importante conhecer e meditar a sua vida, já que Isabel, elevada pela Igreja à honra dos altares, foi modelo de mãe, esposa e católica. Apesar de a sua condição nobre nos causar às vezes a sensação de certo “distanciamento”, a sua história é mais uma prova de que Deus não faz acepção de pessoas nem priva ninguém, rico ou pobre, das graças necessárias para chegar à santidade. S. Isabel, com apenas doze anos, se casou com d. Dinis I, Rei de Portugal e do Algarve, que durante muitos anos foi infiel aos compromissos matrimoniais, traindo-a com várias nobres portuguesas. Isabel, no entanto, manifestou sempre grande preocupação pela salvação eterna do marido: mais do que indignação por saber-se traída e compartilhar o leito com um adúltero, a santa de Aragão sentia aquele zelo que só um coração cheio de caridade pode sentir diante do pecado, que tanto ofende a Deus, põe em risco de condenação a quem o pratica e gera escândalo entre os que o presenciam. A sua abnegação como esposa, paciente nas humilhações e solícita pela alma do consorte, não ficava abaixo de sua ternura de mãe e conciliadora, capaz de serenar e levar ao perdão o ânimo revoltoso com que o filho, d. Afonso IV, se opunha aos desmandos e à infidelidade do rei. S. Isabel, nesse sentido, é um exemplo imortal das virtudes que todas as famílias devem imitar: esquecimento de si; preocupação incondicional pelo outro; espírito de conciliação e paz; prontidão para perdoar; silêncio para não murmurar; constância na oração pelos familiares e muito zelo pela honra de Deus, amado sobre todas as coisas. Que Deus se digne conceder-nos a graça de seguirmos os passos de S. Isabel, para que, perdoando sempre e em tudo buscando a paz, sejamos dignos de gozar das alegrias eternas.
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