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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 10, 13-16)

Naquele tempo, traziam crianças para que Jesus as tocasse. Mas os discípulos as repreendiam. Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse: “Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas. Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele”. Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos.

Hoje, dia em que a Igreja recorda aquelas palavras de Jesus: “Deixai vir a mim as crianças”, celebramos a memória de S. Filipe Néri, o santo da alegria. O Senhor nos diz que, para entrarmos no Reino dos Céus, precisamos ter o coração como o de uma criança: inocente, cândido e confiante. Não se trata, é claro, de infantilizar-se, comportando-se como a típica criança mimada e emburrada, que ainda pensa, em suas manhas e arrufos, ser o centro do universo. A figura da criança é aqui símbolo da confiança ilimitada com que nos devemos abandonar nos braços amorosos de Deus Pai. Nesse sentido, ter um coração de criança não é mais do que ter a virtude da piedade filial, que não é incompatível, lembremos sempre, com o temor servil de todos os que se reconhecem pecadores e muito inclinados à maldade. A Deus, com efeito, nunca devemos deixar de temer. O próprio S. Felipe Néri, cuja pureza angelical não teve par em seu tempo, rezava com frequência: “Jesus, põe a mão na cabeça do teu Filipe, pois ele é capaz de cada coisa!…” Porque temer, para uma alma cristã, é sinal de grande amor: tão grande, que teme ofender ou desagradar Aquele a quem tanto ama. Mas, além do temor, temos de viver ainda a piedade própria de filhos, consistente numa confiança inabalável na bondade e ternura divinas, sempre dispostas a nos perdoar, e na certeza de que Deus nos ama mais do que nós mesmos nos amamos. E como não se encher de alegria diante da sublime certeza de sermos queridos gratuitamente pela fonte de todo bem, de toda beleza? Que S. Filipe Néri nos conceda, por sua intercessão, a graça de, temendo a Deus com todo o nosso ser, o amarmos de todo coração, como filhos entregues às mãos do Pai mais poderoso, paciente e confiante que poderíamos imaginar.

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