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Inquisição

A lenda negra da Inquisição

Uma sala escura, cortinas cerradas, homens encapuzados, velas acesas, instrumentos de tortura à mostra e, ao fundo, um grande crucifixo. Embora nada disso corresponda de fato à verdade histórica, é a imagem que infelizmente predomina no imaginário popular quando o assunto é Inquisição.

Mas, afinal, como surgiram esses mitos? Como pode ser que um tribunal considerado justo e até leniente em seu tempo fosse tratado com tanto rigor pelos séculos seguintes? Por que ele se tornou o principal "cavalo de batalha" dos inimigos da Igreja?

Nesta aula de nosso curso, descubra os atores e interesses por trás da "lenda negra" da Inquisição.

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Com o fim da ditadura de Francisco Franco († 1975) na Espanha e a abertura dos arquivos do Estado espanhol, iniciou-se um processo de redescoberta da Inquisição, a partir de suas fontes primárias. Autores como Edward Peters e Henry Kamen, já apresentados aqui, saíram em busca de documentos originais e chegaram à conclusão de que os tribunais da Inquisição – seja a medieval, seja a espanhola, ainda que esta mereça alguns pontos de interrogação – evitaram milhares de mortes. Onde quer que fosse implantada, a fama da Inquisição era a de ser um tribunal prudente e moderado, sendo que, muitas vezes, a instituição era inclusive criticada, pelos nobres e pelo povo, por sua excessiva brandura e complacência.

No século XIX, porém, a visão popular da Inquisição já era bem diferente. Uma novela gótica intitulada The Monk ["O Monge"], de autoria de Matthew Gregory Lewis († 1818), dava conta de um interrogatório inquisitorial tenebroso, que acontecia dentro de uma sala escura, com cortinas cerradas, homens encapuzados, velas acesas, instrumentos de tortura à mostra e, ao fundo, um grande crucifixo. E, embora nada disso correspondesse de fato à verdade histórica, foi a imagem que...

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